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25/10/2013

Os novos horizontes da Pós-Graduação da Fiocruz

Leonardo Azevedo


Em 14 anos, a Fiocruz formou 1.389 doutores e 4.184 mestres – 3.504 no mestrado acadêmico e 680 no profissional. São muitos os números que mostram o tamanho dos desafios da Fundação. “Cumprimos um papel, muito importante, na formação de recursos humanos para a pesquisa, para a ciência e tecnologia e para o Sistema Único de Saúde”, destaca a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC), Nísia Trindade, que faz uma avaliação positiva dos programas de Pós-Graduação da Fundação.

A Fiocruz tem programas ou colabora com cursos de stricto sensu em 17 unidades da federação.
Imagens: Rodrigo Carvalho.
 
 

“A pós-graduação da Fiocruz está comprometida com os desafios da saúde pública do país”, completa a coordenadora-geral de Pós-graduação da vice-presidência. Atualmente, a Fiocruz tem 33 programas reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior (Capes). São 22 na modalidade acadêmica e 11 de mestrado profissional, além da colaboração em quatro programas de outras instituições. Na avaliação 2007/2009, 4 cursos receberam nota 3 e 16 tiveram nota 4. Outros 6 foram avaliados com 5, enquanto 4 mereceram 6.

 

Como forma de contribuir para redução das desigualdades regionais na formação de mestres e doutores, a Fiocruz tem programas ou colabora com cursos de stricto sensu em 17 unidades da federação. “O usuário é o grande beneficiado, pois o curso traz para nós, profissionais, inovações em saúde pública, ajudando-nos na implementação de estratégias, com a introdução de novos conhecimentos”, enfatiza a enfermeira Elis Regina Chaves, aluna do mestrado com ênfase em doenças da pobreza da Fiocruz Piauí.

Brasil Sem Miséria

Em ações coordenadas em conjunto pelas vice-presidências de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC), a Fundação está engajada no programa Brasil Sem Miséria. Uma das atividades é a concessão, por meio de parceria com a Capes, de 100 bolsas de doutorado e 25 de pós-doutorado a alunos e pesquisadores.

As pesquisas estão relacionadas aos eixos definidos pelo plano, com trabalhos socialmente relevantes no campo de políticas públicas. Até o momento, 50 teses de doutorado e dez pesquisas de pós-doutorado estão em desenvolvimento em 22 programas de pós-graduação da Fundação. Entre as patologias pesquisadas, destaque para a Doença de Chagas (33%), Parasitores (16%) e Leishmaniose (14%).

 

Cooperação internacional

Numa outra linha de ação, a Fundação passou a oferecer cursos internacionais - os mestrados em Ciências da Saúde, em Moçambique, e em Epidemiologia, na Argentina. Com o objetivo de fortalecer os institutos nacionais de saúde, a Fiocruz mantém cooperação com países da América Latina e os de Língua Portuguesa da África. Alguns programas estão envolvidos em iniciativas em co-tutela.

O doutorado internacional em Direitos Humanos, Saúde Global e Políticas da Vida, desenvolvido com a Universidade de Coimbra, em Portugal, é um exemplo. Estão em fase de organização o doutorado em Saúde Global, com a Universidade Nova de Lisboa, e ações de cooperação com universidades dos Estados Unidos, França e Haiti. As iniciativas contam com o apoio do Centro de Relações Internacionais (Cris).

Programa de Excelência

Na busca de melhoria constante, foi criado o Programa de Excelência para a Pós-Graduação. Por meio da análise dos programas, busca-se identificar pontos fracos e definir estratégias para superá-los. As experiências bem-sucedidas também são examinadas, com o intuito de compartilhá-las com outros programas da instituição.

A assinatura institucional no BioMed Central – repositório internacional com 243 periódicos eletrônicos de acesso aberto nas áreas da saúde e das ciências biológicas – faz parte desse Programa. O objetivo é alavancar a produção científica da pós-graduação. Até julho de 2013, foram submetidos 10 artigos. “A iniciativa possibilitará um alcance maior da publicação dos pesquisadores da Fundação, em um curto espaço de tempo, em revistas indexadas de alto impacto”, enfatiza Cristina Guilam.

O apoio à realização de cursos de curta duração com abrangência internacional, que tem por objetivo incentivar e consolidar a cooperação e intercâmbio dos programas de pós-graduação da Fiocruz com instituições estrangeiras, também iniciativa do Programa de Excelência.

Desafios

Um dos desafios da Pós-Graduação é a implantação de um sistema de gerenciamento acadêmico – ferramenta que está sendo construída em parceria pelas vice-presidências de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC) e de Gestão e Desenvolvimento Institucional (VPGDI), em parceria com a Coppe/UFRJ. Com o novo sistema de coleta de dados, será possível ampliar e melhorar a integração dos programas de pós-graduação, nos três níveis (lato sensu, stricto sensu e educação profissional).

A primeira fase do projeto foi a modelagem de processos acadêmicos. A próxima etapa diz respeito aos itens que serão automatizados pelo sistema. O trabalho é feito na perspectiva de se compatibilizar com a Plataforma Sucupira, sistema de coleta de dados em fase de teste pela Capes. Além da base tecnológica, a Fundação enfrenta o desafio de parceria. “Defendemos um trabalho mais integrado dos nossos programas de Pós-Graduação e até a possibilidade de oferta de cursos conjuntos, aproveitando o máximo o potencial de cada programa internamente”, afirma Nisia Trindade.

Sobre a pontuação na Capes, a vice-presidente lembra que os programas da instituição estão em níveis diversos de amadurecimento. “Trabalhamos para que cada programa atinja o máximo da qualidade dentro do seu perfil, mas sabemos que nem todos, até pelo modelo do sistema de avaliação, estão vocacionados para a nota máxima”, afirma Nisia. “Já tivemos boas experiências, como o caso da Universidade Federal de Paraíba (UFPB), em que houve participação da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e do Centro Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz Bahia)”, citou.

Alunos organizados

Criada há um ano, a Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG Fiocruz) tem como objetivo melhorar o relacionamento entre os alunos e a instituição. A associação pretende contribuir uma pós-graduação de qualidade, que possa oferecer ao SUS não apenas mão de obra qualificada, mas profissionais capazes de pensar todos os processos em saúde sob a perspectiva multidimensional, de acordo com o movimento sanitário. Os alunos colaboraram para a reformulação do Guia do Estudante 2013, resultado de uma série de debates e planejamentos entre gestores e pós-graduandos. A publicação serve de apoio para ambientação aos alunos estrangeiros. Os estudantes interessados em participar da associação podem entrar em contato por meio do e-mail apgfiocruzrio@gmail.com ou pelo Facebook.

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