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24/06/2011

Pós-graduação em epidemiologia forma a primeira turma na Argentina

Filipe Leonel


O Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) formou sua primeira turma de mestrado internacional, estabelecida a partir do convênio da Fundação com a Administración Nacional de Laboratorios e Institutos de Salud (Anlis) da Argentina. Foram defendidas 14 dissertações, num total de 15 alunos, todos vinculados ao Ministério da Saúde argentino. O acordo entre as instituições tem a finalidade de estabelecer relações de cooperação científica e tecnológica nos campos de desenvolvimento tecnológico em saúde, produção de insumos, medicamentos e recursos para diagnóstico. A elaboração de uma segunda turma de mestrado está em discussão entre as partes envolvidas.


 Fachada de um dos institutos que formam a Administración Nacional de Laboratorios e Institutos de Salud (Anlis) da Argentina

Fachada de um dos institutos que formam a Administración Nacional de Laboratorios e Institutos de Salud (Anlis) da Argentina


Em novembro de 2010, alunos, orientadores, professores da banca e representantes do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública da Ensp, da Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, da Anlis e ainda o diretor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde da Argentina se reuniram para a semana de defesas e avaliação do curso. No relatório final, os envolvidos destacaram a oportunidade de capacitação profissional, a abrangência metodológica dos projetos e sugeriram propostas para as próximas turmas do curso.


O mestrado buscou fortalecer as áreas de recursos humanos e pesquisa da Argentina. Dessa forma, coube à Ensp, por meio do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, montar o curso, as disciplinas, os orientadores e os seminários do mestrado. "A área de abrangência do curso foi escolhida em função da necessidade de formarmos epidemiologistas com vasto conhecimento técnico e científico naquele país", disse o coordenador do mestrado na Ensp, Reinaldo Souza Santos. Os temas abordados nas dissertações foram doença de Chagas, tuberculose, HIV/Aids, hipertensão em adolescentes, doenças cardiovasculares, risco teratogênico, adaptação de escala psicométrica, dermatofitoses, avaliação de programa de cuidados farmacológicos e de desparasitação massiva.


As aulas foram ministradas na Argentina, em módulos de uma semana por mês, com carga horária de 40 horas. A pré-qualificação foi realizada na Ensp, e também houve a elaboração de quatro seminários avançados para os alunos. De acordo com Aline Araújo Nobre, coordenadora-adjunta do curso internacional, os discentes fizeram uma boa avaliação do programa, com elogios aos docentes e à qualidade das disciplinas. Reinaldo Santos corroborou: "Alguns cursos de pós-graduação na Argentina ficaram conhecidos pelo grande número de desistências. Com o nosso mestrado, ocorreu o contrário. Tivemos só um abandono", afirmou.


Pós em Epidemiologia em Saúde Pública da Ensp mantém bom desempenho


Criado em 2007 a partir de um processo que desencadeou a reestruturação da Pós-Graduação da Ensp, o Programa de Epidemiologia em Saúde Pública vem mantendo boa avaliação pelo Conselho Técnico-Científico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em março de 2011, em função do bom desempenho, foi admitido pelo Programa de Excelência Acadêmica (Proex) da Capes.


"Apesar de ser um programa relativamente novo, o de Epidemiologia em Saúde Pública já começou bem avaliado em função do seu corpo de docentes - vindos do programa de saúde pública. No entanto, tivemos um aumento na quantidade de professores e boa avaliação de sua produção. Outro aspecto interessante é que temos investido na avaliação sistemática das disciplinas a partir da demanda dos nossos alunos e professores. O sucesso do programa na Capes se deve ao peso e produção do nosso corpo docente. Temos acompanhado as defesas de perto e sendo bastante críticos e rigorosos conosco". A primeira turma de epidemiologia em saúde pública na Argentina foi coordenada pela pesquisadora Marília Sá Carvalho.


Publicado em 22/6/2011.

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