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23/01/2012

Parceria permitirá a produção de vacina heptavalente


O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), unidade da Fiocruz que é referência na produção de vacinas, reativos para diagnóstico e biofármacos, assinou acordo de cooperação técnico-científica para o desenvolvimento da vacina heptavalente, nesta quarta-feira (18/1). A cerimônia, em Brasília, reuniu, além de Biomanguinhos/Fiocruz, ao qual caberá a coordenação do projeto, outros dois laboratórios nacionais: Instituto Butantan e Fundação Ezequiel Dias. No encontro, com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, houve ainda o lançamento das vacinas pentavalente e poliomielite inativada (injetável) no calendário infantil de vacinação. "Este dia marca um grande avanço no campo da biotecnologia, que é estratégico para a saúde pública", disse o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, afirmou que "haverá uma ação cooperativa entre os produtores, usando o mais moderno processo de fabricação no mundo". O ministro Padilha observou que “as vacinas combinadas têm diversos benefícios, entre eles o de reunir, em apenas uma injeção, vários componentes imunobiológicos. Além disso, os pais ou responsáveis precisarão ir menos vezes aos postos de vacinação, o que poderá resultar em uma maior cobertura vacinal”.


 O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, assina o acordo, observado pelo secretário do MS Carlos Gadelha

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, assina o acordo, observado pelo secretário do MS Carlos Gadelha


O desenvolvimento da vacina heptavalente foi um pedido do Ministério da Saúde (MS) aos três laboratórios públicos. O imunizante protegerá contra difteria, tétano, coqueluche (DTP), Haemophilus influenzae b (Hib), poliomielite, hepatite B e meningite C. Antes, porém, a vacina pentavalente — contra DTP, Hib e hepatite B — estará disponível no calendário infantil deste ano, assim como a poliomielite inativada.


A entrada no calendário de imunização da vacina injetável contra paralisia infantil não vai implicar a retirada da dose em gotinhas da lista, já que a dose em agulha não substitui a vacina em gotas. A diferença entre as duas é que a vacina injetável usa o vírus morto e, a segunda, o vírus vivo atenuado (mais fraco). Na solenidade, o ministro Padilha explicou que a vacina injetável diminui os riscos da criança sofrer eventos adversos após a vacinação, como uma paralisia infantil pós-vacinal. O efeito é raro, mas passível de acontecer. Em 2011, foram detectados dois casos suspeitos de paralisia infantil pós-vacinal no país. A vacina injetável tem maior eficácia nas primeiras doses em comparação à oral.


Segundo o ministro, a vantagem da vacina oral é proteger um grande número de crianças, mesmo quem não foi imunizado. “A vacina oral causa um efeito rebanho. Mesmo as crianças não vacinadas são protegidas quando vacinamos várias crianças. A oral é eliminada nas fezes da criança e, nos locais onde há pouco saneamento básico, causa um efeito de proteção no ambiente”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.


A vacina poliomielite inativada, disponibilizada ao MS em virtude de uma parceria entre Biomanguinhos e a farmacêutica Sanofi Pasteur, é uma vacina eficaz e segura e reduz a ocorrência de possíveis eventos adversos. “A produção da vacina inativada reafirma o caráter de instituição estratégica de Estado da Fiocruz, alinhada, neste caso, com a política da Organização Mundial de Saúde de erradicação da poliomielite no mundo. Ao rol de contribuições que já fazemos no campo das vacinas, agregamos agora um produto que vai propiciar a imunização de quase 3 milhões de crianças por ano, o que muita orgulha a nossa instituição", disse o presidente Paulo Gadelha.


“A vacina inativada contra a pólio é o padrão de vacinação em países livres da doença. A Sanofi Pasteur congratula o Brasil por introduzir a VIP em seu programa de imunização,” disse o presidente e diretor-geral da Sanofi Pasteur, Olivier Charmeil. “Estamos orgulhosos de contribuir com a história da saúde pública no Brasil em parceria com a Fiocruz, para assegurar a disponibilidade da VIP a milhões de crianças brasileiras,” acrescentou. Biomanguinhos vai incorporar a tecnologia de produção da VIP em suas instalações a partir de ingrediente farmacêutico ativo importado, com o acompanhamento e assistência técnica da Sanofi. Com isso, o Brasil passará a integrar um grupo cada vez maior de países que adotam a vacina inativada contra a pólio, composto principalmente por nações desenvolvidas.


Ambas as vacinas, a oral — que tem como base o vírus vivo atenuado — e a injetável — desenvolvida a partir do vírus inativado (ou morto) – serão usadas de forma complementar. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) recomenda que os países da Região das Américas continuem utilizando a VOP até a completa erradicação da doença a nível mundial. No Brasil, ambas as vacinas serão oferecidas na rede pública de saúde, conforme o seguinte esquema de imunização: as duas primeiras doses, aos 2 e aos 4 meses de vida da criança, serão de pólio inativada; sendo os dois reforços por meio da vacina oral, aos 6 e aos 15 meses. Atualmente, Biomanguinhos fornece para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) a vacina poliomielite tipos 1, 2 e 3 (oral). Em 2011, foram entregues mais de 59 milhões de doses do imunizante ao programa do MS.


Biomanguinhos/Fiocruz


O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), que em 2011 completou 35 anos de fundação, é a unidade da Fiocruz responsável pelo desenvolvimento tecnológico e pela produção de vacinas, reativos para diagnóstico e biofármacos. Sua missão é atender prioritariamente às demandas da saúde pública nacional. Em 2011, forneceu cerca de 141 milhões de doses de vacinas ao PNI. Atualmente, responde por seis dos 13 imunizantes do calendário básico nacional e destina o excedente das vacinas febre amarela e meningocócica AC para a Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). É líder do mercado público nacional de imunizantes, com mais de 50% de participação.


Comprometido com a inovação e a ampliação de produtos oferecidos à população brasileira, o Instituto tem consolidado diversas parcerias com renomadas instituições nacionais e internacionais, dos setores público e privado. Tal compromisso também é demonstrado pela expansão da sua infraestrutura física. Um dos maiores investimentos na área de inovação e desenvolvimento tecnológico do país, o Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos (CIPBR) iniciará suas atividades em 2013 e um moderno Centro de Processamento Final de vacinas está sendo projetado.


Sanofi


A Sanofi, líder global e diversificado em saúde, pesquisa, desenvolve e oferece soluções terapêuticas com foco nas necessidades dos pacientes. A Sanofi tem pontos fortes na área da saúde com sete plataformas de crescimento: soluções em diabetes, vacinas humanas, medicamentos inovadores, doenças raras, medicamentos sem prescrição, mercados emergentes e saúde animal.  A empresa está cotada na Bolsa de Paris (Euronext: SAN) e de Nova York (NYSE: SNY).


A Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi, fornece mais de 1 bilhão de doses de vacinas todos os anos, permitindo imunizar mais de 500 milhões de pessoas no mundo. Um líder mundial na produção de vacinas, a Sanofi Pasteur oferece a mais ampla gama de vacinas, protegendo contra 20 doenças infecciosas. A experiência da empresa na área de vacinas remonta a mais de um século. A Sanofi Pasteur é a maior empresa totalmente dedicada a vacinas. A empresa investe mais de 1 milhão de euros por dia em pesquisa e desenvolvimento.


Assessoria de Comunicação

Rodrigo Pereira: rodrigo.pereira@bio.fiocruz.br / (21) 3882-7167

Flávia Lobato: fnavarro@bio.fiocruz.br / 3882-9537


Publicado em 18/1/2012.

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