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05/04/2012

Peças do acervo do Museu da Vida ganham destaque na internet


Com o objetivo de divulgar as peças que compõem o acervo do Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz, acaba de ser inaugurado o Objeto em Foco. Destaque na web, o novo produto apresenta, periodicamente, imagens acompanhadas de verbetes com informações técnicas do objeto em questão, sua história, dados sobre sua fabricação ou invenção, usos previstos ou adaptados e sua trajetória na Fiocruz antes de tornar-se acervo museológico. "A iniciativa faz parte de uma série de ações realizadas no âmbito da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) que visa valorizar e dar mais visibilidade ao rico acervo da Reserva Técnica do Museu da Vida, que conta com peças de grande valor histórico para a ciência e a saúde brasileiras", diz a chefe do museu, Luisa Massarani.


 Prédio da Reserva Técnica do Museu da Vida (Foto: Pedro Paulo Soares)

Prédio da Reserva Técnica do Museu da Vida (Foto: Pedro Paulo Soares)


Objeto em Foco é um instrumento de divulgação do acervo e fruto do projeto O acervo museológico de ciência e tecnologia em saúde da Fiocruz: objetos, usos, história, conduzido pelos historiadores Pedro Paulo Soares e Inês Nogueira. Segundo Soares, entre os objetivos do projeto que originou a produção do novo instrumento de divulgação destaca-se a produção de uma narrativa histórica acerca dos objetos de C&T em saúde que formam as coleções museológicas da Fundação, relacionando-os às distintas fases da história institucional e da história da medicina, com ênfase na atuação dos seus doadores. A identificação de redes e demais agentes envolvidos na produção, circulação e utilização dos objetos de C&T em saúde, no âmbito das atividades tecnocientíficas e especialidades médicas, também integram esses objetivos.


Patrimônio cultural da saúde


Na avaliação da pesquisadora do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa, Marta Lourenço, o acervo do Museu da Vida tem dupla importância. “Em primeiro lugar, a importância institucional, dado que o acervo documenta a história da Fundação e da sua atividade quer no Brasil quer no exterior. Nesse sentido está diretamente associado à memória e identidade da instituição. Por outro lado, os seus artefatos materializam a evolução e inovação das ciências médicas e da saúde, incluindo vários equipamentos desenvolvidos na própria Fiocruz. Neste sentido tem relevância nacional e internacional”, diz. Atualmente, o acervo do Museu da Vida é composto por cerca de 2 mil peças, entre as quais destacam-se equipamentos de laboratórios e de fabricação de medicamentos e vacinas, instrumentos médicos, mobiliário, indumentária, objetos pessoais de cientistas da instituição, além de uma pinacoteca.


O acervo encontra-se organizado em 11 categorias que refletem os campos de atuação da instituição: a ciência e a tecnologia em saúde e biomedicina. Os objetos que constituem o acervo procedem, em sua maior parte, de laboratórios, departamentos e unidades da Fiocruz, fruto de ações de sensibilização promovidas junto à comunidade de pesquisadores e técnicos, que resultam em doações ao museu com ritmo e frequência regulares. Doações provenientes de médicos e de seus familiares constituem outra forma relevante de aquisição de acervo.


Sobre as pesquisas que vêm sendo realizadas no acervo museológico e a divulgação de objetos de suas coleções, Marta Lourenço afirma que “em primeiro lugar, há um dever institucional de ordem ética. As instituições museológicas têm o dever de estudar os seus acervos, enriquecendo-os com documentação, desvendando os seus usos, contextos e múltiplos significados. Depois, em última análise, apenas um acervo estudado e bem documentado é um acervo acessível, quer a pesquisadores quer ao público em geral. Dele resulta produção de conhecimento bem como exposições e programas educativos que são fiéis à história dos artefatos”.


Acervo de C&T


“O Objeto em Foco é uma oportunidade de difundir o acervo do Museu da Vida. Diferentemente dos objetos expostos em museus históricos e de arte, nosso acervo é de C&T e por isso tem muitas especificidades. Neste sentido, tem-se dado especial atenção a questões relativas à conceituação do acervo e sua correta referenciação em consonância com as normativas estabelecidas no campo da museologia, obtidos por meio de uma pesquisa aprofundada não só do objeto em si mas também de seus usos. No caso de medicamentos, por exemplo, é imperativo saber para que servem, ter acesso a laudos técnicos sobre sua composição, para que possamos proceder adequadamente seu condicionamento”.


Essas considerações são de Rosalina Neves de Assis, que há cerca de um ano coordena o setor museológico da Reserva Técnica do Museu da Vida. Museóloga de formação, Rosalina possui um histórico extenso na área. Trabalhou no Museu da Inconfidência (MG), no Museu do Tribunal de Contas da União (DF), e também no Museu da Câmara dos Deputados (DF).


Segundo Rosalina, a reserva técnica faz o gerenciamento do acervo museológico, incluindo ações de preservação e conservação, além da organização, sistematização e criação de arranjos da documentação que se dão por meio da pesquisa museológica histórica dos objetos da Fiocruz e também aqueles ligados à história da saúde no Brasil. O setor também responde pelas exposições produzidas no Museu da Vida e pela itinerância dessas exposições. “Na verdade, cada exposição é fruto de uma construção coletiva. Sua concepção, estruturação e montagem são feitas conjuntamente com profissionais de diversas áreas do museu contando muitas vezes com técnicos de outros departamentos”, explica a coordenadora.


Publicado em 4/4/2012.

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