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16/01/2007

Pesquisa analisa a importância das ações de humanização após alta hospitalar

Roberta Monteiro


Em um contexto político onde as ações de humanização ganham força dentro do ambiente hospitalar, o surgimento de organizações sociais que trabalham em parceria com a rede pública de saúde faz toda a diferença na qualidade de vida de crianças e adolescentes após a alta hospitalar e de suas respectivas famílias. Inspirada no trabalho que o Refazer faz com os pacientes do Instituto Fernandes Figueira (IFF) da Fiocruz desde 1995, a psicóloga Martha Moreira desenvolveu a pesquisa A dádiva da saúde: sociabilidade e voluntariedade do associativismo dos “res", que avalia a importância da Rede Saúde-Criança, também conhecida como Rede dos “Res” para a qualidade de vida e vulnerabilidade social da família do jovem em situação de adoecimento.


O objetivo da pesquisa foi analisar a trajetória dessas instituições pela perspectiva de seus fundadores e pessoas de referência em sua criação, visando explorar os significados de iniciativas que valorizam as parcerias entre a rede pública de saúde e as organizações sociais. Para a realização da pesquisa foram feitas entrevistas com os dirigentes das 14 instituições, sendo 12 delas localizadas no Estado do Rio de Janeiro, uma no Sul e a outra no Nordeste. Em comum, a pesquisadora explica que todas possuem o objetivo de evitar o circuito de internação, reinternação e morte de crianças e adolescentes usuários do serviço público de saúde.


O IFF conta com o apoio do Refazer há 11 anos, instituição sem fins lucrativos que acompanha cerca de 120 famílias por mês, durante o período de 24 a 36 meses, após a alta hospitalar. Segundo a pesquisadora, as instituições que integram a rede dos “res” funcionam como verdadeiros laboratórios de sociabilidade, onde os problemas enfrentados pelas classes menos favorecidas tornam-se mais visíveis à sociedade, graças às ações praticadas diariamente pelos voluntários. Martha ressalta que todas as instituições analisadas apontam para a preocupação com a qualidade de vida das famílias assistidas mesmo após o desligamento da mesma. “A parceria entre as instituições públicas e privadas são muito importantes para a criação de mecanismos de promoção de saúde, que fortaleçam a humanização e recuperem as questões referentes aos investimentos afetivos e à possibilidade de transformação das relações entre profissionais e usuários”, destaca a pesquisadora.


Segundo Martha, estas instituições inovam ao construírem estratégias de ação que partem do núcleo familiar menos favorecido, contribuindo para mobilizar as redes de recursos sociais que envolvem a clientela-alvo. “A idéia do surgimento dessas associações não é ocupar ou substituir o ambiente hospitalar, mas apoiar as famílias após a alta hospitalar em relação à alimentação, medicação, orientação, entre outras dificuldades sociais existentes”, completa a pesquisadora.


Outras insitutições ligadas a hospitais públicos e que fazem parte da Rede dos "Res" são: Renascer, Reviver, Ressurgir, Reagir, Refazer, Recomeçar, Renovar, Recriar, Repartir, Realizar, Retribuir, Reacender e Revitalizar.

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