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07/03/2008

Pesquisa avalia acesso a serviços odontológicos no Estado do Rio de Janeiro


Dados dos últimos inquéritos sobre saúde bucal mostram que boa parte da população brasileira não tem acesso aos serviços de saúde odontológicos. No Rio de Janeiro, apesar de a oferta estar acima dos padrões — quando avaliada por meio da relação dentista/população, o estado apresenta uma média de um cirurgião dentista para cada 607 habitantes, a segunda maior razão em todo o Brasil —, o acesso e a utilização de serviços odontológicos são heterogêneos e estão associados a fatores de natureza social, econômica, cultural e demográfica. Isso é o que mostram Antonio Luís Dias Manhães e Antonio José Leal Costa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em um estudo que teve como objetivo analisar o acesso e a utilização de serviços odontológicos no estado.


 Cerca de 14% dos adolescentes brasileiros nunca foram ao dentista, segundo o Projeto SB Brasil 2003

Cerca de 14% dos adolescentes brasileiros nunca foram ao dentista, segundo o Projeto SB Brasil 2003


Participaram do trabalho 7.756 pessoas subdivididas em três estratos etários: de 15 a 19 anos, de 35 a 44 e de 65 a 74 anos. De acordo com artigo publicado na edição de janeiro de 2008 dos Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, “cerca de 14% dos adolescentes brasileiros nunca foram ao dentista, segundo o Projeto SB Brasil 2003. Os idosos brasileiros, por sua vez, apresentam uma baixa utilização de serviços odontológicos. Em seu conjunto, a proporção de idosos que visitaram o dentista há menos de um ano em 2003 (13,2%) foi cerca de três vezes menor que a observada na população idosa americana”.


Os pesquisadores observaram que as proporções de indivíduos que nunca consultaram o dentista foram de 7,6%, 1,8% e 2,6% respectivamente, entre os jovens, adultos e idosos. Os resultados sugerem que indivíduos menos favorecidos em termos sócio-econômicos apresentavam maior limitação de acesso, ou seja, os menos escolarizados (jovens e adultos), com menor renda per capita (jovens e idosos) e com menor posse de eletrodomésticos (adultos) apresentaram freqüência menor de consultas. Além disso, segundo eles, “entre os jovens e os adultos, a posse de plano de saúde mostrou-se inversamente associada à restrição de acesso”.


Os especialistas sugerem que os resultados sejam utilizados na elaboração de medidas que contribuam para a homogeneização do acesso aos serviços públicos odontológicos. “Nós buscamos contribuir para a identificação de desigualdades, com vistas a subsidiar o adequado planejamento de ações de saúde bucal, em consonância com as estratégias para alcançar as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o ano 2020”, ressaltam no artigo.


Fonte: Agência Notisa

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