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18/05/2023

Pesquisa avalia atividade física, tempo de tela recreativa e sono na pandemia

Everton Lima e Natália Molleri (IFF/Fiocruz)


Uma pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) mostra o impacto significativo das restrições da pandemia na redução da adesão geral a hábitos como atividade física e no aumento do tempo de tela entre crianças e adolescentes brasileiros. O estudo transversal contemplou 525 crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos de diferentes regiões do Brasil, sendo realizado por meio de um formulário de entrevista digital incluindo características sociodemográficas das famílias, atividade física moderada a vigorosa, tempo recreativo de tela e duração do sono antes e durante a pandemia. Intitulada Levantamento da Adequação de Crianças e Adolescentes Brasileiros às Diretrizes do Movimento 24 Horas Antes e Durante a Pandemia da Covid-19 - em tradução livre -(Survey of the Adequacy of Brazilian Children and Adolescents to the 24-Hour Movement Guidelines before and during the Covid-19 Pandemic), a pesquisa foi publicada no International Journal of Environmental Research and Public Health.

Os pesquisadores do IFF/Fiocruz, Natália Molleri, Saint Clair Gomes Jr, Daniele Marano e Andrea Zin, foram os primeiros a investigar a adequação a esses hábitos durante a pandemia da Covid-19. “A quantidade de atividade física moderada a vigorosa (AFMV), tempo de tela recreativo (televisão, celular, computador, notebook ou tablet) e a duração adequada do sono têm reconhecida importância para a saúde de crianças e adolescentes, mostrando associações positivas com o desenvolvimento motor, condicionamento físico, redução da adiposidade (excesso de gordura no organismo) e melhora no condicionamento cardiometabólico. Ainda assim, poucos estudos avaliaram a adequação a esses hábitos em países de baixa e média renda”, informa a terapeuta ocupacional do Instituto, Natália Molleri.

O estudo identificou que o percentual de adequação global da amostra já era baixo (25,52%) antes da pandemia e caiu drasticamente (4%) durante a pandemia. “As medidas de isolamento social acarretaram na redução da adequação da atividade física (de 61,43% para 38,57%) e da adequação ao tempo de tela (de 67,22% para 27,27%), no caso dos televisores) entre crianças e adolescentes brasileiros. Portanto, enquanto Instituto Nacional, exercemos papel essencial na educação quanto à importância da atividade física, redução do uso de telas e tempo de sono adequado de acordo com a faixa etária”, explica Natália.

A pesquisadora também reforça que “o monitoramento de ações voltadas para crianças, adolescentes, pais, escolas e profissionais de saúde deve ser estimulado para a conquista de estilos de vida mais saudáveis ​​e a melhoria de hábitos relacionados à saúde e desempenho escolar além do cenário de pandemia”.

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