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19/04/2010

Pesquisa faz validação da técnica PCR para diagnóstico de rotina de casos falsos negativos para leishmaniose

Isis Breves


Um estudo do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) intitulado Evaluation of polymerase chain reaction in the routine diagnosis for tegumentary leishmaniasis in a referral centre, publicado recentemente no periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, valida a técnica laboratorial de reação em cadeia da polimerase (PCR) para o diagnóstico de leishmaniose tegumentar americana (LTA), que está incorporado à rotina da assistência do Instituto. “A técnica PCR foi utilizada para esclarecer os casos de falsos negativos para leishmaniose. O paciente apresentava uma lesão cutânea compatível para o diagnóstico clínico de leishmaniose tegumentar, porém os resultados de método convencional utilizado para diagnosticar a doença eram negativos”, explica a autora do artigo, Aline Fagundes, do Laboratório de Vigilância em Leishmanioses do Ipec/Fiocruz.


 O Ipec/Fiocruz já incorporou à sua rotina o uso da PCR para diagnóstico de leishmaniose

O Ipec/Fiocruz já incorporou à sua rotina o uso da PCR para diagnóstico de leishmaniose


“O presente estudo analisou o valor diagnóstico da PCR em paralelo com os métodos convencionais de LTA para diagnóstico. Os parâmetros de exatidão para PCR foram calculados com 130 pacientes com diagnóstico confirmado, 15 pacientes estabelecidos com outras doenças e 23 com lesões sugestivas para leishmaniose mas sem confirmação parasitológica. Os resultados foram que o PCR mostrou alta sensibilidade (92,3%) e alta especificidade (93,3%) e o valor preditivo positivo de 99,2%. O que significa que a probabilidade de um caso identificado por instrumento ser de fato positivo é de 99,2%, este é o principal indicador que valida a técnica PCR”, explica Aline.


“Com isso, pudemos incorporar à rotina do Ipec o uso da PCR para diagnóstico de leishmaniose, especialmente para os casos encontrados negativos por métodos convencionais, porém apresentando clinicamente lesões sugestivas para a doença”, afirma a autora, que ratifica a importância da equipe multiprofissional e interdisciplinal envolvida na pesquisa. “Tais resultados só foram possíveis com a integração dos profisisonais do laboratório que atuam na assistência, pesquisa e ensino para combate da leishmaniose, uma doença negligenciada que acomete cerca de 350 pessoas por ano no Rio de Janeiro e 33 mil no Brasil”.


O Laboratório de Vigilância em Leishmanioses do Ipec/Fiocruz disponibiliza orientação e atendimento clínico e laboratorial (sorológico, parasitológico e histopatológico, entre outros) tanto de pacientes humanos quanto animais, buscando trazer à população a oportunidade de realizar um tratamento correto e eficaz. Além disso, é credenciado como centro de referência pelas secretarias estadual e municipal do Rio de Janeiro, e pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em nível nacional.


Publicado em 19/4/2010.

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