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05/05/2016

Pesquisa incentiva Lista de Verificação de Cirurgia Segura

Proqualis


Que estratégias podem potencializar a adesão dos profissionais de saúde à implementação da Lista de Verificação de Cirurgia Segura, e, de fato, propiciar a redução a redução de eventos adversos relacionados ao cuidado cirúrgico? Esta é a pergunta que norteia a pesquisa-intervenção Desenvolvimento e avaliação de uma estratégia para implementação da Lista de Verificação (checklist) de Cirurgia Segura da OMS. O projeto é liderado pela Fiocruz, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE). A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e agora coordenadora do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente (Proqualis), Margareth Portela, é a responsável pelo estudo.

Margaret Portela comentou que, desde 2008, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem entre suas prioridades a redução de eventos adversos relacionados ao cuidado cirúrgico. Para tanto, incentiva a implementação da Lista de Verificação (checklist) de Cirurgia Segura. A aplicação da lista de verificação também é preconizada pelo Programa Nacional de Segurança do Paciente do Ministério da Saúde, cuja finalidade é a redução dos eventos adversos consideráveis evitáveis, tais como cirurgia errada, troca da lateralidade, paciente errado, infecção do sítio cirúrgico, dentre outros danos.

“Para que os profissionais de saúde possam utilizar a Lista de Verificação como um instrumento que impactará em um cuidado de saúde mais seguro, é fundamental que haja a adesão real dos profissionais, acompanhada de um conjunto de elementos que farão com que a lista de verificação possa, de fato, cumprir sua finalidade. Ela não deve ser tratada apenas como o preenchimento de um papel ou um formulário burocrático. Há estratégias que precisam ser implementadas junto com o checklist, tais como: o treinamento das equipes, valorizando o trabalho multiprofissional entrosado; a elaboração de protocolos, que estão ‘implícitos’ em itens do checklist e reportam para práticas de segurança do paciente; o envolvimento das lideranças; a sensibilização de pacientes etc. Como pode ser visto, diferentes ações serão empregadas e avaliadas na pesquisa e assim contribuir com o aumento da segurança do paciente cirúrgico”, detalhou Margareth.

A pesquisa é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Ela está em andamento e envolve as equipes cirúrgicas de três hospitais. “Os profissionais dos hospitais participantes estão sendo convidados a aderir ao uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura, a partir de uma campanha de sensibilização e sessões de treinamento”.

Margareth explicou ainda que a intervenção proposta leva em conta aspectos contextuais captados através de entrevistas com os profissionais e gestores dos hospitais, realizadas antes da sua implementação. “Estamos no processo de definir protocolos de cuidado necessários para iniciar a intervenção. Esta será acompanhada por meio do monitoramento de indicadores relativos à adesão e resultados, das observações do trabalho em equipe e da aplicação do checklist nas salas de operação, além de outros estudos qualitativos realizado com profissionais e gestores”, detalhou ela.

O resultado do estudo está previsto para o final do ano de 2017 e prevê a apresentação de estratégias que poderão beneficiar a adesão dos profissionais de saúde ao uso adequado do checklist de cirurgia segura, incluindo ainda a ascensão do entrosamento das equipes multiprofissionais em busca do melhor cuidado ao paciente.

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