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04/08/2017

Pesquisa investiga permanência do vírus zika no organismo

Fabíola Tavares (Fiocruz Pernambuco)


Identificar o tempo de permanência do vírus zika no organismo é o objetivo do estudo iniciado no mês de julho pela Fiocruz Pernambuco em parceria com o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE) e a Organização Mundial de Saúde. Para isso estão sendo coletados fluidos (urina, saliva, sêmen, suor, lágrima, secreção vaginal e fezes) de pacientes com zika que dão entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá e nas unidades de saúde dos bairros da Várzea e da Caxangá, no Recife, e têm o diagnóstico confirmado através de exame molecular (PCR).

Essas pessoas terão acompanhamento médico por um ano, no ambulatório montado no andar térreo do HC. A meta, no estado, é incluir 160 pacientes (80 homens e 80 mulheres) na pesquisa ZikaBRA, que também está sendo realizada no Rio de Janeiro, pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e no Amazonas, pela Fundação de Medicina Tropical, com o total de 480 participantes.

As amostras coletadas são testadas para a presença do vírus zika e quanto às respostas imunológicas dos pacientes em diferentes momentos.  “Além de sabermos quanto tempo o vírus fica no organismo, queremos descobrir se ele pode sofrer reativação depois de não ser mais detectado ou se o paciente sofreu uma nova infecção”, explica o pesquisador da Fiocruz Pernambuco, Rafael França, coordenador da parte laboratorial do estudo. Essas informações são importantes para entender os mecanismos de transmissão da doença e gerar recomendações de prevenção. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos comprovaram a transmissão da doença por via sexual.

Parceiros sexuais e parentes dos participantes (maiores de 18 anos e que não estejam grávidas) serão convidados a entrar para o estudo uma vez que mantém contato direto com eles. “Existem casos assintomáticos. Pode acontecer dos contactantes terem sido infectados, inclusive pelo contato com suor e lágrima, e não terem sintomas da doença”, explica França. Ainda de acordo com ele, aqueles que durante o acompanhamento apresentarem complicações em decorrência da zika serão encaminhados para atendimento com especialistas. Os resultados do estudo deverão ser conhecidos em 2019.

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