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20/07/2010

Pesquisa revela baixa efetividade de protetores de ruído no Exército brasileiro


O volume 15.3 da revista Ciência & Saúde Coletiva tem como tema central O desafio da drogadicção na sociedade contemporânea. Dentre os artigos publicados na edição está um debate sobre a efetividade da proteção auditiva utilizada por militares do Exército brasileiro, redigido pela coordenadora do Serviço de Audiologia Ocupacional do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Fiocruz) Márcia Soalheiro, junto com Eduardo Borba Neves, da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército. A publicação está disponível para os leitores nas versões impressa e online.



O artigo-debate elaborado por Ronaldo Laranjeiras, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, vai na contramão de toda a teoria atual de desresponsabilização social sobre as drogas. O autor, que é um reconhecido especialista, tem uma posição muito clara (e controversa) e apresenta exemplos de experiências que estão dando certo, como é o caso da atuação da Suécia. A revista abrange ainda diferentes formas de pensar: há textos sobre a desconstrução da abordagem proibicionista, enquetes domiciliares e abordagens qualitativas e longitudinais sobre o assunto, estudos sobre abuso de álcool e de tabaco com análises sobre fatores de risco e proteção, visando à construção de estratégias para prevenção e tratamento.


No artigo de Marcia Soalheiro e Eduardo Borba Neves, os autores buscaram identificar a exposição sonora e verificar se a proteção auditiva utilizada por esses trabalhadores é adequada para a exposição ao ruído de impacto durante as atividades de Tiro de Instrução Básico realizadas no Exército Brasileiro. Por meio de uma triangulação de técnicas de coleta de dados, como observação sistemática, entrevista semiestruturada e exercício experimental, os autores verificaram a intensidade dos ruídos aos quais os trabalhadores estão expostos. O trabalho concluiu que a proteção oferecida pelo Exército para minimizar tais ruídos não caracteriza efetividade na proteção auditiva para os militares.


A íntegra da Revista Ciência & Saúde Coletiva - volume 15.3, produzida pela Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), está disponível para consulta aqui. A revista foi criada em 1996 pela Abrasco e é um espaço científico para discussões, debates, apresentação de pesquisas, exposição de novas ideias e de controvérsias sobre a área. Sua publicação é trimestral e temática, cada exemplar concentra média de 15 artigos, opiniões e resenhas sobre o assunto em foco e mais 10 artigos sobre diversos assuntos na sessão de temas livres. A publicação tem como editora científica a pesquisadora Maria Cecília Minayo.


Publicado 20/7/2010.

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