Início do conteúdo

10/07/2009

Pesquisador venezuelano discute novas drogas para a doença de Chagas no último dia do simpósio

Pamela Lang


Em palestra apresentada nesta sexta-feira (10/7), Julio A. Urbina, pesquisador do Howard Hughes Medical Institute e professor do Instituto Venezolano de Investigaciones Cientificas, apresentou uma visão geral dos medicamentos atualmente disponíveis para combater o Trypanosoma cruzi - chamados nifurtimox e benznidazole -, suas limitações e potenciais alternativas.


 Pesquisador venezuelano discute as limitações dos medicamentos hoje disponíveis para chagásicos e aponta potenciais alternativas (Foto: Gutemberg Brito/IOC) 

Pesquisador venezuelano discute as limitações dos medicamentos hoje disponíveis para chagásicos e aponta potenciais alternativas (Foto: Gutemberg Brito/IOC) 


Os inibidores da biossíntese do ergosterol são os melhores candidatos a agentes anti-T. cruzi, uma vez que bloqueiam a produção de 24-alquil-esteróis, que são essenciais para a sobrevivência do parasita e não podem ser substituídos pelo colesterol do hospedeiro. Entre estes compostos, novos triazóis derivados que inibem o parasito da C14alpha lanosterol desmetilase (CYP51) são os mais promissores, por sua capacidade de cura demonstrada em modelo murino da doença de Chagas em suas fases aguda e crônica, bem como por serem ativos contra as variedades de T. cruzi resistentes a nifurtimox e benzonidazol. Nessa classe de compostos, o posaconazol e o ravuconazol já estão prontos para a fase de ensaios clínicos em pacientes portadores da doença.


Outros inibidores da biossíntese do ergosterol que atuam de forma potente e específica contra T. cruzi, in vitro e in vivo, incluem as enzimas esqualeno sintase, lanosterol sintase e esqualeno epoxidase, assim como compostos com mecanismos de dupla ação (inibidores da biossíntese do ergosterol e geradores de radicais livres), que, no entanto, estão em estágio menos avançado no seu processo de desenvolvimento.


Segundo o pesquisador, o que torna esses inibidores vantajosos sobre as terapias atualmente disponíveis é o fato de terem uma potência maior, tanto em infecções na fase aguda quanto na fase crônica, além de terem um perfil mais seguro para o paciente.  No entanto, Urbina acredita que o custo de fabricação pode representar uma limitação para o futuro dessas novas drogas e adianta que ainda serão necessários extensos ensaios clínicos antes desses compostos serem introduzidos para uso clínico.


Publicado em 10/7/2009.

Voltar ao topo Voltar