16/10/2009
Renata Moehlecke
Atualmente, a Bacille Calmette-Guérin (BCG), uma vacina obtida por meio da bactéria bovina Mycobacterium bovis em estado atenuado, é a única no mundo disponível contra a tuberculose. Desenvolvida há aproximadamente 100 anos, a BCG já foi administrada a mais de 3 bilhões de pessoas, mas sua eficácia é de cerca de 93%. Diante deste quadro, pode-se perceber que é preciso produzir novos meios de combate à doença. É sobre o trabalho que vem sendo realizado pelo Instituto Pasteur de Paris para suprir essa necessidade que a pesquisadora Camille Locht irá palestrar no colóquio Os desafios da ciência biomédica no início do século 21, que ocorrerá na Fiocruz nos dias 21 e 22 de outubro.
A pesquisadora apresentará resultados de dois trabalhos em andamento no Instituto. O primeiro tem relação com a substituição da BCG por uma melhor versão da própria vacina, que se daria, essencialmente, a partir de pesquisas de engenharia genética com a bactéria M. bovis. O segundo trabalho tem a ver com o uso de um novo antígeno microbacteriano, que poderá ser adicionado à própria vacina BCG ou servir como um de auxílio a esta vacinação. “Esse antígeno, chamado Heparin-Binding Hemagglutinin (HBHA), é um novo produto em desenvolvimento que está sendo agora preparado para a primeira fase de testes em humanos”, afirma Camille.
Publicado em 16/10/2009.