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22/07/2011

Pesquisadora da Fiocruz é nomeada membro da diretoria executiva da WFCC

Renata Moehlecke


Com o objetivo de representar a Fundação, o Brasil, a América Latina e as comunidades de língua portuguesa, a pesquisadora Manuela da Silva, assessora da Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, foi nomeada membro da diretoria executiva da Federação Mundial de Coleções de Cultura (WFCC, na sigla em inglês). A WFCC é uma comissão multidisciplinar que visa promover e dar suporte ao estabelecimento de coleções de culturas e serviços relacionados, favorecer a cooperação e estabelece uma rede de informações entre as coleções de culturas e seus usuários, organizar oficinas, conferências, publicações, newsletters e trabalhar para garantir a manutenção de longo prazo de coleções de culturas. A WFCC possui um banco de dados, o World Data Center for Microorganisms (WDCM), atualmente sediado no Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Ciências, que reúne dados de 589 coleções de culturas de 68 países.


 Manuela espera também contribuir para o cadastramento de mais coleções brasileiras na WFCC e também das coleções sulamericanas e de países de língua portuguesa (Foto: Peter Ilicciev)

Manuela espera também contribuir para o cadastramento de mais coleções brasileiras na WFCC e também das coleções sulamericanas e de países de língua portuguesa (Foto: Peter Ilicciev)


O que são as coleções biológicas e para que elas servem?

Manuela da Silva:
Coleção biológica é um conjunto de organismos ou partes destes organizados de forma técnica adequada, de modo a fornecer informações sobre cada um dos espécimes, o que confere status científico à coleção. Os exemplares que constituem a coleção são base para consultas e pesquisas, sendo representativos da biodiversidade e do patrimônio genético. As coleções, como fontes de recursos genéticos, são alicerces para pesquisas científicas, atividades educacionais e também podem apresentar valioso material com importância histórica. As coleções biológicas da Fiocruz prestam serviços tais como identificação e depósito de material biológico e fornecimento de material biológico autenticado para o desenvolvimento de pesquisa em C&TI, em conformidade com normas e legislações nacionais e internacionais vigentes.


Como é feito o trabalho na Fiocruz com as coleções biológicas?

Manuela:
A Fundação vem discutindo a organização e política de criação e manutenção de suas coleções biológicas, bem como sua inserção no cenário nacional e internacional. Um dos resultados desta discussão é o Documento institucional para o desenvolvimento de política de coleções biológicas na Fundação Oswaldo Cruz, a partir do qual se iniciou o processo de reconhecimento institucional que foi formalizado por meio do Manual de Organização de Coleções Biológicas da Fiocruz.


A Fiocruz conta com a Câmara Técnica de Coleções Biológicas, composta por representantes das unidades técnico-científicas e da Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec), para estas discussões e para formular propostas norteadoras das políticas relacionadas ao desenvolvimento das coleções. A meta é garantir as condições para que os serviços, os materiais biológicos e informações associadas que são ofertados pelas coleções à rede de vigilância epidemiológica, academia e indústria, sejam de excelente qualidade, padronizando os procedimentos e focando principalmente a gestão da qualidade e de dados e informações destas coleções, e desta forma garantir que elas também cumpram seu objetivo primário, o de repositórios da biodiversidade brasileira.


Além das coleções biológicas reconhecidas institucionalmente, que hoje são 26 (14 microbiológicas, 11 zoológicas e 1 histopatológica), a Fiocruz também conta com uma série de coleções de trabalho/pesquisa (são aquelas utilizadas em projetos de pesquisa de um determinado laboratório/grupo de pesquisa/pesquisador). Algumas dessas coleções podem vir a ser reconhecidas institucionalmente se apresentarem os requisitos mínimos dispostos no Manual de Organização e se não houver duplicidade de escopo. As coleções que permanecem como de pesquisa/trabalho devem depositar aquele material biológico considerado estratégico para a instituição e para a saúde nas coleções reconhecidas institucionalmente.


Que outras instituições participam da diretoria executiva da WFCC?

Manuela:
Participam da diretoria executiva representantes do consórcio das coleções belgas BCCM, da coleção alemã DSMZ, da coleção chinesa pertencente à Academia Chinesa de Ciência, da coleção russa de micro-organismos VKM, da Escola de Ciência e Educação da Universidade de Sunshine Coast, na Austrália, da coleção japonesa Riken BioResource Center, do Centro de Recursos Biológicos do Instituto Pauster CRBIP, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade do Missouri, da coleção de fungos da Holanda CBS e da Universidade de Agricultura e Tecnologia Jomo Kenyatta, no Quênia.


Como foi ser indicada para a diretoria executiva da WFCC? Qual a expectativa e os resultados esperados? Qual a importância para a Fiocruz e para o Brasil?

Manuela:
Foi bastante gratificante e estimulante. A expectativa é participar ativamente das discussões e decisões envolvendo coleções de culturas e fazer parte da rede de informações estabelecida pela WFCC, o que me permitirá repassar as informações para os membros das coleções da Fiocruz e desta forma mantê-los atualizados. Espero também contribuir estimulando o cadastramento de mais coleções brasileiras na WFCC e quem sabe até mesmo das coleções sulamericanas e de países de língua portuguesa. Outro resultado esperado é uma maior visibilidade nacional e internacional das coleções microbiológicas da Fiocruz. Visite aqui o novo site da WFCC.

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