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04/09/2013

Pesquisadoras recebem certificado de outorga de editais da Faperj no Palácio Guanabara


Pesquisadoras e professoras do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) Magali Romero Sá e Dominichi Miranda de Sá participam da cerimônia de entrega de termos de outorga dos editais dos programas Cientista do Nosso Estado (CNE) e Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE) nesta quinta-feira (5/9), no Salão Nobre do Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro. Trata-se dos editais mais aguardados da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Magali, que é vice-diretora de Pesquisa, Educação e Divulgação Científica da COC, receberá o título por ter obtido bolsa do programa CNE, enquanto Dominichi terá direito à bolsa oferecida pelo JCNE. O evento na sede do governo do Estado será às 9h, com a participação dos 200 contemplados nos dois programas da Faperj.

Magali apresentou o projeto Ciência e Saúde nas relações científicas transnacionais: as relações Brasil-Estados Unidos e o programa de produção de alimentos para fins de economia de guerra. Por sua vez, Dominichi Miranda de Sá teve aprovado o projeto Agricultura e ecologia no Brasil: desenvolvimentismo e conservacionismo em trajetórias e instituições (1938-1972). Tema inédito na história das relações Brasil - Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, o estudo de um programa de desenvolvimento de recursos alimentares para o esforço de guerra, que mobilizou interesses nacionais e internacionais em um período altamente instável social e politicamente, revela-se fundamental para a compreensão das relações científicas internacionais em seu sentido mais amplo durante e após o conflito. Além disso, o projeto de Magali Romero Sá evidencia o interesse do governo brasileiro em fomentar e estimular pela primeira vez um programa estatístico que envolveu não somente o levantamento de dados e estudos científicos, mas também estudos antropológicos e de saúde.

Magali é pesquisadora titular da COC. Desenvolve trabalho, principalmente, nos temas história da medicina tropical; terapêutica das doenças tropicais; relações científicas entre a França, Alemanha, Estados Unidos e Brasil; viagens e coleções científicas; meio ambiente e saúde. Magali tem mestrado em ciências biológicas (zoologia) pela UFRJ e doutorado em history and philosophy of science pela Universidade de Durham (no nordeste da Grã-Bretanha).

Doutora em história social pela UFRJ, pós-doutorado com bolsa do Programa de Apoio a Projetos Institucionais com a Participação de Recém-Doutores (PRODOC) da Capes pela COC, Dominichi Miranda de Sá tem como objetos de interesse e pesquisa as viagens científicas e conhecimento do território no Brasil do século 20; história, natureza e ambiente no século passado; história intelectual e história ambiental. Ela integra a diretoria da Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC) e da Comissão de Pós-Graduação (CPG) do PPGHCS.

O projeto de Dominichi tem como objetivo compreender as formas por meio das quais as ideias de cientistas brasileiros foram importantes na criação e consolidação de agendas e instituições que configuraram as primeiras tentativas de gerir, em âmbito federal, a exploração dos recursos naturais no Brasil. Analisa ainda a criação e a remodelação de instituições estatais ocupadas com a formação de quadros profissionais e a produção científica em ecologia agrícola para a racionalização e otimização da agricultura nacional, com ênfase na incorporação de engenheiros agrônomos em postos-chave do Estado brasileiro.

O projeto visa também examinar a circulação de profissionais e saberes mobilizados para a implementação de políticas de conhecimento do território e planejamento de ocupação e exploração de áreas de florestas, introdução de espécies, animais e vegetais, e gerência da economia rural em período que se estende da criação do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (1938) à fundação da Embrapa (1972). Nesse período, afirma a coordenadora do projeto, “também é possível acompanhar forte recrudescimento de políticas conservacionistas no âmbito do Ministério da Agricultura”.

Tanto Dominichi como Magali ressaltam a importância da bolsa e o significado para seus respectivos grupos de trabalho: “O financiamento do Programa JCNE da Faperj significa condições especiais de desenvolvimento de projetos de pesquisa. Ele incentiva a integração de equipes de trabalho também com outras unidades da Fiocruz, bem como de outras instituições. Permite ainda a aquisição de equipamentos e livros, possibilita viagens para eventos científicos e realização de trabalho de campo, e, neste caso, eu penso especialmente no impacto positivo do financiamento sobre os projetos de pesquisa de meus alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado”, conclui Dominichi sobre o resultado anunciado pela Faperj.

Entre as instituições beneficiadas com bolsas a serem concedidas para o programa Cientista do Nosso Estado, a UFRJ foi a que apresentou maior número de projetos aprovados: 44. A Uerj teve 11 propostas aprovadas e a Fiocruz 9. O programa Jovem Cientista do Nosso Estado contemplou 30 projetos da UFRJ, 15 da UFF e 11 da Uerj. A Fiocruz e a PUC-Rio tiveram, ambas, 8 projetos aprovados.

Voltado a apoiar projetos de pesquisadores de reconhecida liderança em sua área, o programa Cientista do Nosso Estado conta com recursos de cerca de R$ 10 milhões para financiar 100 bolsas, no valor de R$ 2,8 mil mensais durante 36 meses. Já o programa Jovem Cientista do Nosso Estado possui recursos de R$7,6 milhões para bolsas de projetos de R$ 2,1 mil mensais, pelo mesmo período. O objetivo é amparar projetos coordenados por pesquisadores em fase intermediária de sua carreira acadêmica (até dez anos de doutoramento).

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