Agência Fiocruz de Notícias

Todos os anos, a Fundação Conrado Wessel reúne representantes de agências de fomento, órgãos militares e entidades centenárias, como a Academia Brasileira de Letras, para eleger os profissionais e as organizações de destacada contribuição ao progresso do país. Na última quarta-feira (27/11), o pesquisador e ex-diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), José Rodrigues Coura, foi escolhido como a personalidade de 2013 na categoria Medicina. Chefe do Laboratório de Doenças Parasitárias e pesquisador emérito da Fiocruz, Coura participou da criação de dois dos seis cursos de pós-graduação existentes no Instituto: Biologia Parasitária e Medicina Tropical, ambos com conceito 6 junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O parasitologista Luiz Hildebrando Pereira da Silva, da Fiocruz Rondônia, foi o escolhido como vencedor na categoria Ciência.

Com 35 anos de intensa produção científica no IOC, sobretudo na área de parasitologia, ele declara que são seus alunos e ex-alunos sua maior contribuição para a sociedade. “Formei uma nova geração de pesquisadores. São mais de 200 mestres e doutores que perpetuarão meu trabalho na saúde pública brasileira, renovando a instituição pelo próximo século”, diz. Ele comemora, ainda, o fato de ter sido escolhido entre dez candidatos de alto nível, indicados por órgãos e entidades de renome. “Corresponde ao Prêmio Nobel”, avalia. Desde 2002, o pesquisador é Comendador da Ordem do Mérito Científico da Presidência da República, condecoração promovida à Grã Cruz em 2010. Trata-se da mais alta láurea do país na área científica. Já em 2006, Coura conquistou o segundo lugar no Prêmio Jabuti, categoria Melhor Livro de Ciências Naturais e Ciências da Saúde, pela organização da obra Dinâmica das doenças infecciosas e parasitárias.

Luiz Hildebrando Pereira da Silva atualmente mora em Porto Velho, cidade para a qual se mudou para dirigi o Ipepatro, fundado por ele em 1999. Ele viveu por mais de três décadas em Paris, após ter sido perseguido pelo regime militar brasileiro. Na França, Hildebrando ocupou cargos de direção no Instituto Pasteur. Aposentado do Pasteur, voltou ao Brasil em 1996 e prestou concurso para o Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Aprovado, resolveu se deslocar para a Amazônia, para estudar os aspectos moleculares e epidemiológicos da malária.

Participam da comissão julgadora do Prêmio FCW instituições de grande porte, como Capes, Academia Brasileira de Ciência, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Academia Brasileira de Letras (ABL), Academia Nacional de Medicina (ANM), Marinha e Aeronáutica do Brasil, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), dentre outras. A Fundação Conrado Wessel concede prêmios em quatro categorias: Arte, voltada para fotógrafos; Ciência; Cultura, voltada para Artes Plásticas, Música, Teatro e Literatura; e Medicina. Os agraciados recebem o Troféu FCW, obra de arte da autoria do artista plástico Vlavianos, além de um prêmio em dinheiro.