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08/02/2007

Pesquisadores investigam efeito residual de agrotóxicos e a contaminação de rios


Para investigar o efeito residual de agrotóxicos e a possibilidade de contaminação de rios, o estudo Análise da contaminação dos sistemas hídricos por agrotóxicos numa pequena comunidade rural do Sudeste do Brasil, publicado nos Cadernos de Saúde Pública, se concentrou na região de cultura do tomate do município de Paty do Alferes (RJ). Foram feitas cinco coletas mensais em 27 pontos do local e analisadas 135 amostras. O diagnóstico do teor de contaminação por agrotóxicos (organofosforados e carbamatos) nos sistemas hídricos foi feito pelo Laboratório de Toxicologia Enzimática (Enzitox) do Departamento de Biologia Celular e Genética do Instituto de Biologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que desenvolveu uma metodologia de monitoramento da contaminação de água e alimentos.


 O estudo se concentrou na região do cultivo do tomate no município de Paty (Foto: Milson Cipriani)

O estudo se concentrou na região do cultivo do tomate no município de Paty (Foto: Milson Cipriani)


O local da pesquisa foi escolhido porque a plantação é feita em encostas bastante inclinadas que, associadas a um solo pobre, contribuem para a contaminação dos sistemas hídricos. “A elevação da declividade favorece o processo de deflúvio superficial, enquanto a erosão do solo e a falta de cobertura vegetal favorecem o processo de lixiviação dos agrotóxicos”, escreveram os autores do estudo, Marcelo Motta Veiga e Dalton Marcondes Silva, ambos da Fiocruz, Lilian Bechara Elabras Veiga, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Mauro Velho de Castro Faria, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).


Os resultados comprovaram que há contaminação de 70% dos pontos de coleta selecionados e que a saúde da população local está em risco. O estudo isolado em uma região apontou para a necessidade de práticas educativas entre os agricultores, de políticas regulamentares e de uma produção e uso planejados do agrotóxico para reduzir os danos ao meio ambiente e à saúde humana. Mesmo que se concentre em um único exemplo, os resultados dizem respeito a uma realidade mais ampla porque o consumo do agrotóxico no Brasil cresceu mais de 160% entre os anos de 1992 e 1998.


Fonte: revista Pesquisa Fapesp

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