Início do conteúdo

26/03/2007

Pesquisadores investigam filariose em Olinda

Rita Vasconcelos


As comunidades do Alto da Conquista e Alto da Bondade, em Olinda (PE), estão participando de uma pesquisa que vai investigar a relação entre o número de pessoas com filariose e as  sadias – o que se chama de estudo de morbidade – nas duas comunidades. Desenvolvida pelo Serviço de Referência Nacional em Filariose (SNRF) do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), unidade da Fiocruz em Pernambuco, em parceria com a Prefeitura de Olinda, a pesquisa teve como primeira atividade a organização de um treinamento para 28 agentes comunitários em saúde. O objetivo foi capacitá-los para aplicarem um questionário, de porta em porta, sobre o grau de acometimento da doença. O inquérito será feito antes e depois do tratamento em massa, que será promovido pela Secretaria de Saúde de Olinda em abril.


 Pesquisadores fazem teste da gota espessa para diagnosticar filariose em Olinda

Pesquisadores fazem teste da gota espessa para diagnosticar filariose em Olinda


Os agentes comunitários de saúde contarão com um painel fotográfico que os ajudará a identificar, com o doente, o tipo da seqüela provocada pela filariose, da qual ele venha a ser  vítima. Será possível, por exemplo, ajudar a reconhecer em que grau de acometimento estão os sintomas comuns aos doentes de filariose, como a hidrocele ou a elefantíase. Com os dados, a secretaria, além de conhecer o número exato de doentes com filariose, poderá traçar um fluxograma para os seus serviços, orientando que tipo de caso deve ser tratado ambulatorialmente e em que unidade de saúde do município, assim como que tipo de caso deve ser encaminhado para uma unidade de alta complexidade.


Em paralelo à investigação dos doentes de filariose nas duas comunidades olindenses, outra pesquisa está sendo desenvolvida no local, buscando os casos positivos da doença. No trabalho são examinados, pelo teste da gota espessa (o popular fura-dedo), que indivíduos apresentam o parasita da filariose (a filária) e qual o nível da carga parasitária presente em seu organismo. As pessoas com resultados positivos para o parasita serão monitoradas nos quatro anos de duração da pesquisa. O objetivo é observar se elas virão a desenvolver ou não a doença. Já os casos considerados negativos também terão acompanhamento para que se possa saber se continuam livres da infecção pela filária ou não.


No decorrer da pesquisa outros testes parasitológicos (que permitem o diagnóstico indireto saber se os vermes morreram) e ferramentas parasitológicas mais sensíveis (que visualizam os embriões da microfilária) serão aplicados de acordo com a necessidade da investigação. Os exames de acompanhamento serão feitos pela equipe do CPqAM, ficando o município de Olinda responsável pelo tratamento dos  cidadãos.

Voltar ao topo Voltar