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14/11/2012

'Planejamento e Gestão em Saúde: conceitos, história e propostas'

Fernanda Marques


Como utilizar recursos finitos e, muitas vezes, escassos? De que modo redistribuir os bens e aumentar o acesso a eles? Essas escolhas e decisões fazem parte do dia a dia dos gestores e profissionais da saúde. E é a eles – assim como aos pesquisadores, estudantes e todos aqueles que se preocupam com os rumos da saúde do país – que se dirige o livro Planejamento e Gestão em Saúde: conceitos, história e propostas, novo título da coleção Temas em Saúde da Editora Fiocruz. “É preciso pensar a gestão do micro, do cotidiano, mas é preciso também atuar no nível macro, na formulação de políticas que contribuam para garantir a vida, a saúde, ofertar serviços dignos e garantir o acesso, a humanização da atenção”, destacam os autores, Francisco Javier Uribe Rivera e Elizabeth Artmann, ambos pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).






Inicialmente, o livro conta a evolução histórica do planejamento em saúde na América Latina e no Brasil. Mas os autores colocam lado a lado os temas clássicos e os dilemas contemporâneos, que exigem releituras e respostas atualizadas. Dessa forma, eles discutem um novo paradigma, baseado em Habermas, que tem sido denominado comunicativo ou intersubjetivo. “Hoje sustentamos que o planejamento em saúde evolui do normativo para o estratégico e deste para o comunicativo”, resumem. De acordo com o novo paradigma, o planejamento pressupõe a criação de vínculos e a gestão de redes, por meio de um caráter participativo e de um diálogo crítico; envolve negociações para o estabelecimento de parcerias e cooperações. Não somente questões objetivas, mas também questões relacionadas aos valores e à ética são alvo de fundamentação argumentativa.



Em um dos capítulos, os autores apresentam duas propostas teórico-metodológicas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Uma delas é uma adaptação do planejamento estratégico-situacional, instrumento especialmente adequado, por exemplo, para a atenção básica e a estratégia de saúde da família. A outra é uma adaptação da chamada démarche estratégica, aplicada em hospitais e útil para instituições que articulam assistência, ensino e pesquisa. Além de apresentarem as propostas, os autores oferecem roteiros para que elas possam ser utilizadas em oficinas de trabalho.    



Ao abordarem e dialogarem com diferentes enfoques sobre o planejamento em saúde, os autores revelam que não existe somente um caminho correto. Assim, convidam o leitor “ao exercício de escuta e de avaliação dos problemas de saúde de forma ampla, compreendendo sua permeabilidade à técnica e aos valores, às ideologias, à história, à política e à cultura”. O convite vem acompanhado, ainda, de uma lista com sugestões de livros e filmes que podem ser usados como materiais de apoio em cursos ou aulas sobre planejamento em saúde. 



Publicado em 14/11/2012.

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