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06/08/2006

Poder, hierarquia e reciprocidade: saúde e harmonia entre os baniwa do Alto Rio Negro

Pablo Ferreira















Poder, hierarquia e reciprocidade: saúde e harmonia entre os baniwa do Alto Rio Negro

Luiza Garnelo

Editora Fiocruz

260p. R$ 35,00


Como o próprio nome já diz, o livro Poder, hierarquia e reciprocidade: saúde e harmonia entre os baniwa do Alto Rio Negro traz os resultados de uma tese de doutorado da Unicamp conduzida entre os indígenas baniwa, grupo étnico de mais de 4.600 indivíduos que habitam a região do Alto Rio Negro, na fronteira próxima com a Colômbia. O trabalho faz parte da coleção Saúde dos povos indígenas, lançada pela Editora Fiocruz e que tem como propósito reunir estudos sobre a saúde dos povos indígenas e assim possibilitar o estabelecimento de relações mais justas entre estes e a sociedade nacional brasileira.


Escrito pela médica e antropóloga Luiza Garnelo, o livro se divide em três partes. Em um primeiro momento, a autora descreve as definições que os baniwa fazem do mundo e o lugar que a doença ocupa nele. Denominada Mitologia, política, gênero e geração, esta primeira parte trata das práticas que os índios organizam para o enfrentamento e prevenção das doenças, fala sobre violência, morte e a cosmogonia baniwa. Descreve rezas, jejuns, procedimentos de higiene, uso de plantas medicinais e curas xamânicas como processos de cura e cuidados com a saúde e disserta sobre os mitos e as disputas de poder que compõe a visão baniwa do Universo.


A seguir, em Política, moral e legitimidade no mundo aldeão, analisa-se a estrutura política baniwa. Nessa segunda parte esclarece como são estabelecidas as relações hierárquicas, as memórias relacionadas às guerras travadas no passado, busca entender os mecanismos internos de expressão da autoridade política e a organização social dos baniwa e de outros grupos do Alto Rio Negro.


A terceira e última parte, A politização da etnicidade, se refere à inserção indígena no processo de globalização. Analisa-se a história e os primeiros contatos do homem branco a partir do século 18. A escravidão, logo a seguir, nós séculos 19 e 20, a influência do ciclo da borracha e as intervenções religiosas por meio do protestantismo evangélico. As três partes se encerram em torno do tema da sáude entre os baniwa e expõe a série de problemas vividos pelos povos indígenas. Busca, levantando os impasses e contradições, ajudar na construção de caminhos e soluções para a vida dos povos do Alto Rio Negro.

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