18/06/2018
No próximo 29 de junho, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) debaterão juntas o atual cenário da pesquisa, inovação e direito ao desenvolvimento e à saúde. O evento marca os 118 anos da Fiocruz, é preparatório para o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva e constitui um dos oito seminários temáticos que a SBPC está organizando na série Políticas Públicas para o Brasil que queremos na comemoração de seus 70 anos.
No encontro, será discutido o tema Direito ao desenvolvimento, à saúde e à ciência, tecnologia e inovação em saúde em palestras que serão proferidas, respectivamente, pelo professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, e por Reinaldo Guimarães, pesquisador do Núcleo de Bioética e Ética Aplicada à Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
As relações entre a pesquisa em saúde e o campo da saúde coletiva, bem como o papel dessa última na formulação de uma política de pesquisa em saúde, estarão em pauta na apresentação de Reinaldo Guimarães. “Pretendo reivindicar uma compreensão adequada sobre a identidade do setor da pesquisa em saúde, capaz de reforçar seu caráter interdisciplinar e o seu papel na imposição da intersetorialidade no Sistema Único de Saúde. Exporei o que entendo como os principais desafios para uma política de pesquisa para a saúde no Brasil”, adianta Guimarães.
Como debatedores estão Manoel Barral, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, pesquisador e membro titular da Academia Brasileira de Ciências; Lucile Winter, professora titular do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP) e membro da diretoria da SBPC; Carlos Gadelha, pesquisador e professor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), responsável pela Coordenação das Ações de Prospecção da Fiocruz; e Lígia Bahia, pesquisadora e professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), membro da Comissão de Política da Abrasco e secretária adjunta regional (RJ) da SBPC.
Na visão de Lígia Bahia, o seminário será um preâmbulo: "Precisamos refletir e propor alternativas sobre o direito à saúde e ao desenvolvimento no mundo e no Brasil contemporâneos. No contexto de ameaças aos direitos sociais e humanos, pretendemos duplicar nossos esforços: resistir às políticas de austeridade e simultaneamente avançar proposições de expansão da cidadania. Sabemos que estamos diante de imensos obstáculos estruturais e conjunturais, mas temos plena consciência de quem somos. Estivemos à frente da batalha pelos direitos de seguridade social na Constituição de 1988, por isso nos tornamos aqueles e aquelas que poderão renovar e ampliar compromissos a defesa e efetivação de políticas ambientais, identitárias e igualitárias".
Carlos Gadelha chama a atenção para o dia 29 como um marco para a concepção de propostas para um projeto nacional que considere o desenvolvimento, a saúde e a pesquisa e a inovação como direitos essenciais na sociedade contemporânea: "A Fiocruz, na comemoração de seu 118º aniversário, realizará um seminário conjunto com a SBPC e a Abrasco que contará, em sua abertura, com a palestra de Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos maiores pensadores sobre o desenvolvimento nacional. Reafirmaremos a perspectiva política de que a CT&I e a saúde devem fazer parte de uma estratégia nacional que seja dinâmica, soberana e democrática. A ruptura com paradigmas tradicionais apresenta-se como uma necessidade para nortear as ações do presente e a retomada das energias por nossa sociedade na luta pelo desenvolvimento e a democracia".
O seminário Direito ao desenvolvimento, à Saúde e à Ciência, Tecnologia e Inovação acontecerá, de 9h às 17h, no dia 29 de junho, na Fiocruz, em Manguinhos (Rio de Janeiro). Na abertura do evento, estarão presentes Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz; Ildeu de Castro Moreira, presidente da SBPC; Gastão Wagner, presidente da Abrasco; Lúcia Souto, presidente do Cebes e Paulo Garrido, presidente da Asfoc-SN.