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10/11/2021

Presidente da Fiocruz nomeada para a Academia Mundial de Ciências

Ciro Oiticica (Agência Fiocruz de Notícias)


Socióloga e presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima foi nomeada para a Academia Mundial de Ciências para o avanço da ciência nos países em desenvolvimento (TWAS, na sigla em inglês). A nomeação se deu na Assembleia Geral da Academia, no dia 1°de novembro, como parte de sua 15ª Conferência Geral.

Nísia Trindade Lima é uma das 20 mulheres recém-nomeadas, em um total de 58 novos membros, o que representa 34% do grupo (foto: Reprodução)

 

A TWAS tem por objetivo aproximar diferentes sociedades científicas dos países em desenvolvimento para promover sua prosperidade sustentável por meio da ciência e da tecnologia, apoiando pesquisadores com a concessão de bolsas e prêmios. Para ser membro, é necessário pertencer à academia de ciências de seu país.

Ela é uma das 20 mulheres recém-nomeadas, em um total de 58 novos membros, o que representa 34% do grupo. No Brasil, entraram para a TWAS sete cientistas da ABC, sendo cinco mulheres e dois homens. São eles, além de Nísia Trindade Lima, Adalberto Luis Val, biólogo e vice-presidente da ABC para a Região Norte; Ado Jorio de Vasconcelos, físico e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Márcia Walquíria De Carvalho Dezotti, engenheira e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Mariangela Hungria da Cunha, agrônoma e pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Marilia Oliveira Fonseca Goulart, química e professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL); e Santuza Teixeira, bioquímica e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com os novos membros, a TWAS agrupa hoje 1.343 cientistas e engenheiros do mundo todo, sendo 141 brasileiros.

TWAS

A Academia Mundial de Ciências para o avanço da ciência nos países em desenvolvimento foi fundada em 1983 por um grupo de cientistas do então chamado terceiro-mundo, sob a liderança de Abdus Salam, físico paquistanês e ganhador do Prêmio Nobel. Eles compartilhavam a crença de que os países em desenvolvimento, fortalecendo a ciência e a engenharia, poderiam desenvolver o conhecimento e a habilidade para enfrentar desafios como fome, doenças e pobreza. Desde o início, a TWAS teve o apoio essencial de cientistas e líderes políticos italianos, o que levou a que sua sede se situasse em Trieste, na Itália.

A Academia de Ciências do Terceiro Mundo, como era originalmente conhecida, foi inaugurada oficialmente em 1985 durante cerimônia com a presença do então Secretário-Geral das Nações Unidas, Javier Pérez de Cuéllar. Inicialmente, a TWAS tinha 42 bolsistas eleitos, nove deles ganhadores do Nobel. O nome foi alterado duas vezes: em 2004, para "A Academia de Ciências para o mundo em desenvolvimento" e, em 2012, para "Academia Mundial de Ciências para o avanço da ciência nos países em desenvolvimento", atual nome. Hoje, a Academia tem 1.296 bolsistas eleitos, representando mais de 100 países; 11 desses pesquisadores são ganhadores do Nobel. Cerca de 84% vêm de nações em desenvolvimento e o restante são de países do Norte cujo trabalho teve impacto significativo no Sul global.

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