Início do conteúdo

12/03/2010

Presidente da Fiocruz será admitido na classe Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico

Ricardo Valverde


De acordo com decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicado no Diário Oficial da União em 4 de março, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, será admitido na Ordem Nacional do Mérito Científico na classe Grã-Cruz, na categoria Ciências Biológicas. A homenagem é feita a personalidades que prestaram contribuições à ciência e à tecnologia. A classe Grã-Cruz é a principal honraria da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 2006 a Fiocruz foi homenageada com a Medalha Nacional do Mérito Científico, concedida a instituições. Na ocasião, três pesquisadores da Fundação também receberam a homenagem: João Carlos Pinto Dias (CPqRR/Fiocruz Minas), Ricardo Ribeiro dos Santos (CPqGM/Fiocruz Bahia) e Samuel Goldenberg (ICC/Fiocruz Paraná).


 A Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico

 A Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico


A Ordem Nacional do Mérito Científico, instituída em 1993, premia personalidades nacionais e estrangeiras que se distinguiram por relevantes contribuições à ciência e à tecnologia. O Decreto nº 4.115, de 6 de fevereiro de 2002, dispõe sobre a Ordem e estabelece suas duas classes: Grã-Cruz e Comendador. E fixa o quantitativo de 200 vagas para a classe da Grã-Cruz e de 500 para a de Comendador. Em 2010, 35 personalidades entrarão para a classe de Comendador. Além de Gadelha, apenas uma outra personalidade entrará para a Grã-Cruz este ano: o economista Luiz Gonzaga Belluzo, professor-titular aposentado da Unicamp, membro do Conselho Editorial da revista Carta Capital e atual presidente do clube de futebol Palmeiras.

 

O presidente da República é o Grão-Mestre da Ordem e o ministro da Ciência e Tecnologia, o Chanceler. A Ordem tem um Conselho composto pelo ministro da Ciência e Tecnologia – que o preside na qualidade de Chanceler – e pelos ministros das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Educação. O secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia é o secretário-executivo da Ordem. A Academia Brasileira de Ciências se incumbe das atividades administrativas da Ordem, de acordo com convênio firmado com o Ministério da Ciência e Tecnologia.

 

As propostas de admissão ou promoção de personalidades no Quadro da Ordem ou de concessão da Medalha Nacional do Mérito Científico podem ser apresentadas ao Chanceler pelos membros do Conselho, pela Academia Brasileira de Ciências ou por qualquer autoridade ligada à área da ciência e tecnologia. As propostas devem ser justificadas e acompanhadas do curriculum vitae dos candidatos.

 

A Ordem dispõe também de uma Comissão Técnica, constituída de nove personalidades de alto nível, incumbida de apreciar o mérito de cada proposta de nome para admissão ou promoção, bem como para conceder a Medalha. A admissão e promoção de membro da Ordem bem como a concessão da Medalha Nacional do Mérito Científico são feitas em decretos do presidente da República. A entrega das insígnias e dos diplomas referentes à admissão ou promoção, bem como da Medalha, é feita em ato solene presidido pelo presidente da República ou pelo ministro da Ciência e Tecnologia.


A trajetória de Paulo Gadelha


Graduado em medicina pela Uerj, Paulo Gadelha presidiu a Associação de Médicos Residentes do Rio de Janeiro e a Associação Nacional de Médicos Residentes. Mestre em medicina social pela Uerj e doutor em saúde pública pela Ensp, foi vice-presidente da Fiocruz de 2001 a 2008. Desde aquela data, coordena o Coletivo de Gestores da instituição e a elaboração de seus Planos Quadrienais.


Com vasta experiência na área de pesquisa e docência, Gadelha desenvolveu investigações no campo da construção da assistência médica, da história das doenças, da divulgação e educação não formal em ciência e saúde e história social em ciência e saúde. Foi responsável pela criação da Casa de Oswaldo Cruz (COC), unidade técnico-científica da Fiocruz, tendo sido seu diretor de 1985 a 1997. Implementou e coordenou o Museu da Vida da COC. Foi coordenador geral do 4º Congresso Mundial de Museus e Centros de Ciências e curador de várias exposições. Relator Geral da 12ª Conferência Nacional de Saúde, em 2003, é membro da Comissão Intersetorial de Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Saúde desde 2001.


À frente da Abrasco (2005-2006), presidiu o 11º Congresso Mundial de Saúde Pública e o 8º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em parceria com a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (2006). Representou a Fiocruz no processo de institucionalização da Iniciativa Drogas contra Doenças Negligenciadas (DNDi) - rede internacional de pesquisa para combater a falta de medicamentos eficazes para doenças como malária, leishmanioses e mal de Chagas.


Integrante do Conselho Editorial da Editora Fiocruz (1994-2005) e coordenador da Editora (2001-2005), é membro do Conselho Editorial das seguintes revistas: Salud, Cultura y Sociedade en America Latina: Nuevas perspectivas históricas (Peru); Asclepio – Revista de Historia de la Medicina y de la Ciência (Espanha); Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência; História, Ciências, Saúde – Manguinhos; e Revista Eletrônica de Comunicação Informação e Inovação em Saúde.


As insígnias da Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico


As insígnias da classe da Grã-Cruz se compõem de um conjunto das seguintes peças: faixa com roseta e medalha, placa, miniatura, barreta e botão, tendo cada uma as características abaixo.


Faixa: de fita vermelha com bordas em branco, medindo 1,05 m por 90 mm e as bordas 7 mm de largura; cruzada um pouco acima das pontas, e como acabamento a esta união terá aplicada uma roseta com um botão no centro, ambos do mesmo tecido da fita; pendente da roseta ficará uma medalha em forma de cruz, de pontas arredondadas, esmaltada nas duas faces – frente e verso – em vermelho e no seu centro terá um círculo esmaltado em branco, na largura de 5 mm e com os dizeres: Ordem Nacional do Mérito Científico e três estrelas fechando o campo inferior, gravados em metal dourado; no centro do círculo, em alto relevo, o busto de José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência do Brasil; no verso da medalha um outro círculo da mesma forma e dimensão determinando o grau do mérito, com a expressão: Grã-Cruz. A medalha é encimada por um suporte do mesmo material dourado, imitando a face de uma coroa singela e sobre ele um elo, usado para prender a medalha; esta terá 55 mm de extremidade a extremidade e o círculo ao centro 32 mm de diâmetro; será toda de metal tomback, com acabamento dourado, esmaltado, na cor vermelha e em esmalte a frio, tipo americano.


Placa: com o formato de uma estrela aureolar de oito pontas, inscritas num diâmetro de 80 mm, tendo ao centro uma medalha em forma de cruz e de pontas arredondadas, esmaltada em uma só face, tendo ao centro um círculo esmaltado em branco, nos mesmos moldes, com os mesmos dizeres, busto e dimensão e no mesmo material que o da medalha da faixa; no verso da placa um outro círculo esmaltado nos mesmos moldes, determinando o grau do mérito com a expressão: Grã-Cruz; para fixação no peito, terá um alfinete tipo fralda.


Miniatura: composta de medalha em forma de cruz e pontas arredondadas, com 22 mm de diâmetro, esmaltada nas duas faces – frente e verso – em vermelho, tendo ao centro um círculo com 12 mm de diâmetro, com as mesmas características da medalha maior, e, uma fita vermelha com bordas em branco, medindo 50 mm por 15 mm e um passador de metal; no meio desta fita terá um botão com laço de fios de metal dourado por baixo dele, e nas mesmas cores e dimensões e do mesmo material que o do botão de lapela.


Barreta: de metal dourado, forrado com fita vermelha com bordas em branco, tendo ao centro um botão revestido de tecido vermelho e branco, com 10 cm de diâmetro e por baixo dele um laço de fios de metal dourado; ela medirá 45 mm de comprimento por 10 mm de largura.


Botão de lapela: raiado, com 10 mm de diâmetro, nas cores vermelha e branca, esta última em apenas três raios e em pequena parte lateral do botão; por baixo do botão, um laço de fios de metal dourado, medindo 8 mm de largura por 20 mm de comprimento.


Estojo: terá a tampa forrada internamente com cetim branco, berço em veludo vermelho, com fenda-encaixe para a barreta e o botão DA lapela e espaço para a fixação da faixa, da placa e DA miniatura; será revestido de percaline, adornada com a estampa das Armas da República, impressa em dourado, no centro da parte superior.


Personalidades que serão admitidas na classe de Comendador em 2010


Ciências Agrárias


José Geraldo Eugenio de França

José Oswaldo Siqueira

Mariângela Hungria da Cunha


Ciências Biológicas


Adalberto Ramon Vieyra

Paulo Zech Coelho

Sergio Olavo Pinto da Costa


Ciências da Terra


Alexander Wilhelm Armin Kellner

Gervásio Annes Degrazia


Ciências de Engenharia


Antonio Marcus Nogueira Lima

Clovis Maliska

Renato Machado Cotta


Ciências Físicas


Israel J. R. Baumvol

Lívio Amaral

Mario Engelsberg

Ricardo Magnus Osório Galvão

Ronaldo Mota


Ciências Matemáticas


Luiz Velho

Manoel Lemos

Suely Drucky

Yuan Jin Yun


Ciências Químicas


Ademir Neves

Antonio Celso Spinola

Benício de Barros Neto

Vitor Francisco Ferreira


Ciências Sociais e Humanas


Eduardo Rios Neto

João Luís Fragoso

Lília Moritz Schwarcz

Manolo Florentino


Ciências Tecnológicas


Antonio Ibañez Ruiz

Eugenius Kaszkurewicz

José Almir Cirillo

José Carlos Maldonado

Valmir Carneiro


Personalidade Nacional


Amaro Henrique Pessoa Lins


Personalidade Estrangeira


José Mário Martinez


Publicado em 12/3/2010.

Voltar ao topo Voltar