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28/01/2008

Presidente do Timor-Leste visita a Fiocruz e quer estabelecer parceria trilateral

Ricardo Valverde


O presidente de Timor-Leste, José Manuel Ramos-Horta, esteve nesta segunda-feira (28/1) na Fiocruz com o objetivo de conhecer a atuação da Fundação nas áreas de saúde, ciência e educação e dessa forma estabelecer parcerias. O jurista Ramos-Horta, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1996 em conjunto com um compatriota, o bispo Carlos Filipe Ximenes Belo, e está no cargo há menos de um ano - tomou  posse em maio de 2007 -, quer desenvolver uma cooperação trilateral entre seu país, Cuba e o Brasil. Da comitiva timorense fazia parte a argentina Carolina Larriera, que foi companheira do embaixador brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em um atentado terrorista no Iraque em 2003. Ramos-Horta conversou com a Agência Fiocruz de Notícias (AFN).


 O presidente do Timor-Leste, José Ramos-Horta, em reunião na biblioteca do Castelo da Fiocruz

O presidente do Timor-Leste, José Ramos-Horta, em reunião na biblioteca do Castelo da Fiocruz


AFN: O que o senhor espera dessa visita à Fundação?

José Manuel Ramos-Horta:
Estou muito esperançoso de, a partir desse primeiro contato, criar projetos de cooperação entre os nossos países. Eu conhecia a Fundação apenas de nome e fiquei impressionado com a atuação diversificada e ampla da Fiocruz. E é muito bom saber que a Fundação está plenamente engajada nos esforços do governo brasileiro em ajudar as nações que formam a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Em um futuro breve queremos dar início a uma cooperação trilateral entre Timor, Cuba e o Brasil. Atualmente, cerca de 650 estudantes timorenses fazem o curso de medicina. Pretendemos que, depois de terem concluído o curso em Cuba, venham para o Brasil e fiquem aqui por no máximo dois anos, para aprimorar na prática os conhecimentos aprendidos.


AFN: O Brasil tem sido um bom parceiro do Timor-Leste?

Ramos-Horta:
Sim. O Brasil é um ótimo parceiro e tem ajudado bastante o Timor. Nossos maiores parceiros são a Austrália, responsável por 70% da ajuda externa que recebemos, a Comunidade Européia, Portugal, o Japão e depois o Brasil. Cerca de 40% da ajuda que o Brasil dá a outros países vão para o Timor.


AFN: Quais os principais problemas do Timor na área da saúde?

Ramos-Horta:
As doenças que mais afligem nossa população são a malária, a dengue e a tuberculose. A Aids é um problema diminuto, felizmente. Temos pouquíssimos casos.


AFN: Como está o Timor-Leste, seis anos depois da independência?

Ramos-Horta:
Ainda há muito a fazer, mas estamos progredindo. Somos um país pobre, com imensas carências em diversas áreas. Por isso decidi fazer do meu mandato a "Presidência da Pobreza", tendo em vista uma campanha que idealizamos para reduzir a pobreza no Timor. Investimos maciçamente nos jovens, concedemos bolsas de estudo. Depois de décadas de ocupação, somos um país soberano e contamos com a colaboração das nações amigas.

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