Uma das grandes preocupações acerca da pandemia do novo coronavírus é a maior vulnerabilidade de alguns grupos e estratos da população aos efeitos da doença respiratória Covid-19. Para a comunidade científica, é consenso que idosos e portadores de doenças crônicas apresentam um perfil mais suscetível diante da infecção, o que já foi documentado em diferentes estudos e pesquisas realizados em todo mundo.
No Brasil, estudos como a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013) e dados do Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso (Sisap-Idoso) oferecem informações sobre essas faixas da população brasileira e sua saúde e podem oferecer um retrato desse grupo populacional mais vulnerável diante da pandemia. A partir de uma amostra analisada pela PNS 2013, ainda considerada uma referência em inquéritos de saúde, é possível estimar que cerca de 33,5% dos brasileiros adultos pode ter pelo menos uma das doenças crônicas associadas aos fatores de risco para Covid-19, além da idade. São elas a hipertensão, a diabetes, as doenças cardíacas e as doenças pulmonares. Somada a esse percentual, também está a população com mais de 60 anos. Contudo, os autores da pesquisa pontuam que as doenças crônicas acometem pessoas de todas as idades, em diferentes proporções.
A PNS foi realizada em âmbito nacional pela Fiocruz em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio de metodologia de entrevistas domiciliares; assim como o censo, alcançando uma amostra de 80 mil domicílios, por recortes de Grandes Regiões, unidades da federação e municípios das capitais e Distrito Federal.
Dados abertos
Para contribuir com os diversos esforços de pesquisa relacionados ao tema das doenças crônicas e envelhecimento, a equipe da PNS disponibiliza, em acesso aberto, tabelas com indicadores de prevalência das doenças crônicas, além de outros fatores de risco como fumo e obesidade, extraídos a partir dos levantamentos do estudo.
Os autores também elaboraram uma tabela inédita com um cálculo da proporção estimada da população em risco de agravamento da Covid-19, por sexo (valores percentuais). Cabe ressaltar que não constam dados pessoais sensíveis no conjunto de informações disponibilizadas. Acesse as tabelas aqui [1].
Saúde do Idoso
Outra fonte de informação relevante para se informar sobre a saúde da população idosa no país é o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso. Ele apresenta indicadores por dimensões relacionadas a determinantes da saúde, fatores de risco e condições demográficas. O Sisap-Idoso também monitora as políticas de saúde voltadas a essa população e a oferta de serviços em todo o país. Os indicadores estão disponíveis no site do Sisap-Idoso [2].
MonitoraCovid-19
Considerando a importância da comunicação e da informação como elementos essenciais para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) tem contribuído para publicar e disseminar dados relevantes sobre a situação de saúde relacionada à Covid-19.
Uma dessas contribuições é a plataforma MonitoraCovid-19 [3], sistema que agrupa e integra dados sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil e no mundo. A ferramenta está disponível em acesso aberto e pode ser utilizada por toda a comunidade científica, profissionais de saúde e demais interessados.
O monitor também apresenta análises inéditas por meio de notas técnicas, publicadas periodicamente pelas equipes de pesquisa da unidade. Todas as análises são divulgadas pelo site do Icict/Fiocruz e estão disponíveis também no Portal Fiocruz, que abriga as informações do Observatório Covid-19 [4] da Fundação Oswaldo Cruz e também recursos e fontes para pesquisadores, como bibliotecas virtuais de saúde e outros acervos especializados.