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26/01/2007

Produção científica de 2006 das unidades regionais da Fiocruz apresenta crescimento


O ano que passou foi dos mais produtivos para as unidades regionais da Fundação. Dos quatro centros de pesquisa regionais da Fiocruz, apenas um, sediado no Amazonas, ainda não contabilizou os números relativos à produção científica de 2006. Mas os centros de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), de Pernambuco, Gonçalo Moniz (CPqGM), da Bahia, e René Rachou (CPqRR), de Minas Gerais, já fecharam seus balanços anuais, com crescimentos significativos no que diz respeito a publicações indexadas, edição de livros, defesas de teses e dissertações, organização de cursos, seminários, simpósios e eventos variados, desenvolvimento de projetos e solicitação de patentes. Abaixo, um resumo da produção das unidades regionais ao longo de 2006. Os textos são de Paula Lourenço (CPqAM), Antonio Brotas (CPqGM) e Aílson Santos (CPqRR).


Produção científica cresce 72% no CPqAM em 2006


A produção científica do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), unidade da Fiocruz em Pernambuco, deu um salto de 72% em 2006, em comparação com a média de 2002 a 2005. Foram 74 publicações indexadas no ano passado, um número bem acima das 43 na média de 2002 a 2005. Se for levado em conta apenas o ano de 2005, o número de publicações indexadas chegou a 46. Do total dos artigos de 2006, 53% foram publicações internacionais e 47% nacionais.


 Entrada principal do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, no Recife

Entrada principal do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, no Recife


Quanto à publicação de livros, o crescimento foi de 59%. A soma chegou a 27 capítulos, ante 17, em média, de 2002 a 2005. O número de teses de doutorado e dissertações de mestrado – acadêmico e profissional – também aumentou, registrando 43 publicações em 2006, o que representa uma alta de 48%, se houver comparação com as 29 de 2002 a 2005. Em 2005, o total de capítulos de livros publicados chegou a 16.


O diretor do CPqAM, Romulo Maciel Filho, aproveitou a divulgação dos números para dar as boas-vindas aos 40 servidores que passaram no último concurso da Fundação. “Acredito que, senão toda, a maioria dos profissionais que trabalha na Fiocruz sente verdadeiramente este orgulho de pertencer à instituição, porque sabemos que estamos fazendo um trabalho importante e de qualidade para a sociedade”, declarou Maciel Filho.


A produção científica de 2006 também gerou a solicitação de duas patentes. Os pesquisadores se empenharam, também, na organização de sete congressos científicos e trabalharam em 77 eventos do gênero. Eles foram responsáveis pela organização e/ou autoria de três livros. Um dos títulos, Epidemiologia, políticas e determinantes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil, foi lançado com a organização do vice-diretor de Ensino da instituição, Eduardo Freese.


O Comitê de Ética em Pesquisa, por sua vez, examinou 89 novos projetos. Em 2005, foram 66. Já a Comissão Interna de Biossegurança mobilizou 147 pessoas para participar do terceiro curso de sensibilização e informação em biossegurança. No biotério, o destaque foi para a produção de mais de quatro mil animais (camundongos, coelhos e hamsters). Os serviços de referência em culicídeos vetores, doença de Chagas, esquistossomose, filariose, leishmaniose e peste trabalharam com a realização de ensaios e diagnósticos, capacitação de pessoal e prestando assessoria à Coordenação Geral de Laboratórios (CGLab) do Ministério da Saúde.


CPqGM requisita 26 patentes, oito delas no exterior


O número de trabalhos publicados em periódicos nacionais e internacionais saltou de 58 para 75, o que significa o encerramento bem sucedido de pesquisas desenvolvidas nos últimos três anos. Esta foi uma das boas notícias reveladas pelo diretor do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (CPqGM), unidade da Fiocruz na Bahia, Mitermayer Reis, durante a sessão especial de balanço das atividades de 2006.


 Laboratório do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, em Salvador

Laboratório do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, em Salvador


“As publicações representam o esforço coletivo de todos que trabalham na Fiocruz da Bahia. Os resultados, portanto, mostram que se trabalharmos coletivamente vamos continuar cumprindo nossa missão, atendendo as demandas da sociedade”, avaliou Mitermayer. A direção da unidade destacou que o ano foi proveitoso nos pilares que conduzem suas atividades: pesquisa e desenvolvimento tecnológico; formação de recursos humanos para o desenvolvimento científico e tecnológico e também para o Sistema Único de Saúde (SUS); prestação de serviços de referência; além da disseminação da da informação em ciência e tecnologia em saúde. Constituem desafios para 2007 a manutenção dos níveis de publicação, a melhora da infra-estrutura, principalmente nas áreas de multiuso, e o desenvolvimento de tecnologia com potencial para aplicação em diagnóstico e vacinas. “Vamos fazer pesquisas que contribuam para desenvolver biofármacos”, afirmou Mitermayer.


Na área de pesquisa e desenvolvimento tecnológico bons resultados foram registrados também na concessão de uma patente no exterior e a requisição de oito no Brasil e 18 no plano internacional, que estão em processamento. Na realidade, a implantação do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) visa criar uma cultura de patente entre os pesquisadores, ação estimulada com ênfase em 2006. “Não deveria ter patente. Mas vai ser difícil eliminá-la. Agora temos que ter competência para defender as nossas. Por isso, é nossa obrigação levar a cultura da patente para toda a Fiocruz da Bahia, inclusive para os estudantes de iniciação científica”, defendeu o diretor, que apontou ainda as vantagens da utilização das plataformas tecnológicas. “É a possibilidade de utilizar a estrutura de forma coletiva, maximizando os recursos públicos”.


Cursos, simpósios e eventos científicos tiveram destaque durante o ano. Foram contabilizadas 42 sessões científicas, que por seu caráter democrático reuniram de pesquisadores experientes de renome internacional a estudantes de iniciação científica, que têm nesses eventos a oportunidade de debater publicamente aspectos relevantes das teorias e da pesquisa em saúde. Alguns eventos tiveram sua primeira edição em 2006. Entre eles o 1º Simpósio Internacional sobre Células-Tronco, o 1º Workshop sobre Poluição Atmosférica e Saúde Humana e o 1º Encontro sobre Ética do CPqGM. Destaque também para a 1ª Gincana da Qualidade.


CPqRR tem um dos quatro pesquisadores brasileiros mais citados


De acordo com o diretor do Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR), unidade da Fiocruz em Minas Gerais, Alvaro Romanha, as áreas de atuação prioritárias, como pesquisa, referência, ensino e de gestão, obtiveram avanços importantes em 2006. Destaque para o crescimento de 19% na produção científica em revistas indexadas, comparada à de 2005. Foram publicados 108 artigos científicos e 16 capítulos de livros. O CPqRR teve cinco depósitos de patentes nacionais e internacionais registrados. “Este número de patentes mostra o caminho que o Centro está trilhando na área de desenvolvimento tecnológico no sentido de gerar produtos com aplicação na área biomédica”.


 Fachada do Centro de Pesquisa René Rachou, em Belo Horizonte

Fachada do Centro de Pesquisa René Rachou, em Belo Horizonte


Em 2006, vários estudantes e pesquisadores do CPqRR receberam prêmios e honrarias de relevância nacional e internacional, num total de 30 destaques. Assim, para citar apenas alguns exemplos, conforme divulgado anteriormente pela Agência de Fiocruz de Notícias, o pesquisador Ricardo Gazzinelli, do Laboratório de Imunopatologia, figura entre os quatro cientistas brasileiros mais citados mundialmente no site de referência Isiknowledge.com. Outro pesquisador, João Carlos Pinto Dias, do Laboratório de Triatomíneos, foi homenageado pela Organização Pan-Americana de Saúde e pela Presidência da República com a Ordem Nacional do Mérito Científico, um dos mais representativos prêmios da área de ciência e tecnologia do Brasil. No fim de 2006, um dos suplementos das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz reuniu trabalhos do 10º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose, organizado pelo CPqRR, constituindo um marco na divulgação científica sobre o tema.


Na área do ensino, o Programa de Pós–Graduação em Ciências da Saúde do CPqRR, com conceito 5 da Capes, no seu quarto ano de existência, tem 94 alunos matriculados, sendo 51 de doutorado e 43 de mestrado. Em 2006 foram defendidas pelo programa 11 teses e 20 dissertações orientadas por pesquisadores da unidade. “Investir na formação e capacitação de novos pesquisadores continua sendo ação estratégica e transformadora, à qual nossa missão institucional está completamente alinhada”, salientou Romanha.


Também estão em curso as obras de adequação dos serviços de referência para a obtenção da certificação junto à Secretaria de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde. O CPqRR tem 14 laboratórios e cinco serviços de referência nacional ou internacional.


Romanha observou que em 2006 houve avanços importantes na gestão administrativa do Centro, que recebeu 29 novos servidores concursados, sendo cinco para a área de gestão administrativa e 24 para a área de pesquisa. Além desses, mais 17 bolsistas tecnólogos e pesquisadores visitantes foram admitidos. O diretor também destacou a modernização do Parque Computacional, a conclusão das obras de reforma do Biotério de Animais Infectados e dos laboratórios de Triatomíneos e de Parasitologia Celular e Molecular, bem como a instalação da nova subestação elétrica, que passou de 350 para mil KVA de potência.


O balanço das atividades nos últimos 12 meses revelou outro ganho importante obtido pelo CPqRR. Houve aumento de 26% no número de inserções na mídia local e nacional, totalizando 226 reportagens veiculadas por jornais, revistas, sites de notícia, emissoras de rádio e telejornais.

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