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07/12/2012

Projeto da Escola Politécnica na área de segurança química é aprovado pelo CNPq

Talita Rodrigues


A análise do ensino da segurança química nos cursos de graduação da área de saúde no Ceará é o foco do projeto de pesquisa da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), coordenado pelo professor-pesquisador Marco Costa e aprovado na Chamada Universal 2012 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto foi o único da Fiocruz aprovado na área de educação. “Isso mostra que as ações educativas de biossegurança estão cada vez mais se solidificando. Nos últimos cinco anos, o CNPq aprovou dez projetos executados pelo grupo de pesquisa Educação Profissional em Biossegurança, da EPSJV, sendo que três deles têm o Nordeste como foco. Isso é importante porque, normalmente, não é uma região muito contemplada com projetos no campo da biossegurança, onde está inserida a segurança química”, observa Costa, que também coordena o grupo de pesquisa desde 2006.


 Os profissionais formados nas áreas da saúde acabam cometendo erros no exercício da profissão, ao manusearem produtos químicos, por não terem o conhecimento necessário

Os profissionais formados nas áreas da saúde acabam cometendo erros no exercício da profissão, ao manusearem produtos químicos, por não terem o conhecimento necessário


O projeto O ensino da segurança química no Ceará: um olhar nos cursos superiores da área de saúde teve origem na pesquisa Ensino da biossegurança no Ceará, desenvolvida em colaboração com a Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE) da Universidade Federal do Ceará (UFC), a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e a Comissão de Biossegurança do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que está em fase de conclusão e que identificou a segurança química como uma lacuna nos conteúdos dos cursos e materiais didáticos da área de saúde. A deficiência também foi percebida em outro projeto do grupo que teve o Nordeste como foco, um encontro realizado este ano em Fortaleza com coordenadores e professores de biossegurança que discutiu questões pedagógicas do ensino da temática.


Durante a pesquisa, que terá a duração de três anos e se inicia em 2013, serão analisados cursos como medicina, biologia, farmácia, odontologia, nutrição, veterinária e enfermagem, entre outros. “A segurança química na área de saúde é um tema que necessita de aprofundamento. Em muitos cursos, ela não está inserida na grade ou está incluída de forma inadequada. Com isso, os profissionais formados nessas áreas acabam cometendo erros no exercício da profissão, ao manusearem produtos químicos, por não terem o conhecimento necessário. Muitos acabam aprendendo a maneira correta na prática do dia-a-dia ou em cursos de pós-graduação”, ressalta Costa. A produção de material didático sobre o tema é um dos produtos que devem ser gerados pela pesquisa, além de artigos científicos e participação em seminários para apresentação dos resultados da investigação.


A segurança química é um conjunto de ações de prevenção da saúde humana e ambiental, em procedimentos que envolvem produtos químicos. “Isso engloba, por exemplo, o manuseio desse material, como ele é armazenado e como é descartado. Também é importante que o profissional tenha conhecimento sobre o que fazer em casos de emergência”, explica Costa. O uso incorreto de uma substância química, como o éter etílico, por exemplo, pode gerar resultados inadequados em um exame laboratorial ou trazer consequências para o profissional que está manuseando incorretamente o produto. “Se for um éter que não passou por um controle de qualidade correto, pode, além de influenciar no resultado final do exame, também causar problemas de saúde para o profissional”, acrescenta o pesquisador.


Além do uso, o armazenamento dos produtos químicos também deve seguir normas de segurança química. “O manuseio inadequado de um ácido armazenado próximo a uma acetona, por exemplo, pode gerar fogo e causar um incêndio. O descarte incorreto dos produtos químicos também pode ocasionar graves consequências para o ambiente interno e também externo”, exemplifica Marco Costa. O projeto terá a participação dos pesquisadores Paulo Roberto de Carvalho (EPSJV), Maria de Fátima Barrozo da Costa (Ensp), Carlos Couto Castelo Branco (FFOE/UFC) e Cíntia Borba e Maria Castro (Comissão de Biossegurança do IOC). Alunos de pós-graduação, orientados por esses professores, e que tenham a biossegurança como objeto de estudo, também poderão participar do projeto.


Publicado em 4/12/2012.

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