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25/07/2008

Projeto sobre eficiência hospitalar pode servir de modelo para unidades de saúde

Isis Breves


O projeto Efetividade em custo e análise de eficiência na gestão pública: uma aplicação ao setor de saúde no Estado do Rio de Janeiro foi um dos contemplados pelo edital Programa Apoio a Grupos Emergentes de Pesquisa, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Proposto pelo economista Marcelino José Jorge, do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec) da Fiocruz, o projeto é o desdobramento de um estudo que, em 2006, recebeu o Prêmio Internacional José Luis Bobadilla, cujo objetivo é incentivar investigações em políticas de saúde.


 Modelo de avaliação do Ipec poderá servir a outras unidades de saúde (Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz) 

Modelo de avaliação do Ipec poderá servir a outras unidades de saúde (Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz) 





A premissa do projeto de Marcelino é que indicadores gerais descrevem a evolução do desempenho institucional. O uso desses indicadores constitui, portanto, uma ferramenta de gestão para obter recursos, medir a eficiência da prestação de serviços e estabelecer a credibilidade desses serviços perante o público externo. “No caso do Ipec, com o monitoramento que já fizemos até agora, foi possível mostrar que os processos de trabalho do Instituto apresentam eficiências crescentes de escala, ou seja, à medida que crescem as demandas e os recursos oferecidos, a eficiência das atividades também aumenta”, destaca.



A idéia é que o modelo de avaliação proposto por Marcelino seja usado não só dentro da Fiocruz, mas também em outras unidades de saúde do Rio. No entanto, antes de difundir o modelo para outras instituições, o pesquisador e sua equipe irão aprimorá-lo, o que requer três grandes frentes de trabalho. “A primeira consiste em atualizar os custos unitários das atividades de diagnóstico, atendimento, ensino e pesquisa do Ipec”, conta o economista.



A segunda frente é o aperfeiçoamento dos indicadores gerenciais, que são o resultado da análise de eficiência, ou seja, consideram, em conjunto, os recursos e os resultados de cada ação integrada do Ipec. As ações integradas do Instituto incluem assistência, pesquisa e ensino em doenças como Chagas, leishmaniose, toxoplasmose, tuberculose, Aids, micoses e dengue.



Já a terceira frente de trabalho tem como finalidade principal dimensionar o impacto dos projetos de pesquisa do Ipec no custo comum do Instituto. “Isto envolve, por exemplo, o custo da luz e o da administração do campus, que estão fora das despesas descritas pelos pesquisadores na elaboração de seus projetos”, explica Marcelino, que, em seus cálculos, fará a distinção entre os projetos de pesquisa clínica e os de pesquisa de bancada de laboratório.



A equipe de Marcelino irá, ainda, medir o efeito da modernização sobre o desempenho das ações integradas do Ipec, o que permitirá aos avaliadores saber o desempenho de cada atividade. “Será possível, de uma forma ainda mais eficiente, visualizar quanto custa cada uma das atividades desenvolvidas pelo Instituto, dimensionar o volume das mesmas e planejar a atuação em assistência, pesquisa e ensino”, conclui.


Publicado em 23/07/2008

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