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04/05/2007

Publicação recupera trajetória da pioneira 'Revista Brasileira de História da Medicina'


Neste primeiro número do ano de História, Ciências, Saúde – Manguinhos o leitor encontrará uma radiografia minuciosa da publicação da Casa de Oswaldo Cruz (COC). A poucos meses de completar 13 anos, o periódico mescla características dos jovens a outras, típicas dos que já alcançaram a maturidade. Na seção Fontes há um subproduto da pesquisa feita na redação por Amanda Mendonça e Gabriel Nicolini, bolsistas de iniciação científica, com o fim de obter dados sobre a trajetória de HCS – Manguinhos. Trata-se da descrição da Revista Brasileira de História da Medicina, a pioneira no país nesse campo. Criada e editada pelo médico Ivolino de Vasconcellos, serviu como porta-voz dos médicos historiadores que se organizaram, após a 2ª Guerra Mundial, na Sociedade Brasileira de História da Medicina. Junto ao artigo de Mauro Amoroso, este conjunto forma  um minidossiê.



Outro trabalho incluído na seção Fontes é a análise da historiadora Filomena Amador, de alguns textos sobre o terremoto ocorrido em Lisboa em 1755. Na seção Imagens há um conjunto de fotos de plantas da antiga sede da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), atual Instituto Nacional do Câncer (Inca), comentadas pelo arquiteto Benedito Tadeu de Oliveira.


Na seção Análise, entre os outros nove trabalhos, destacam-se aqueles com afinidades de enfoque e abordagem sobre temas como a geografia médica oitocentista, comparada a teorias de aclimatação defendidas contemporaneamente, no artigo de Sandra Caponi. Rosa Helena de S. G. de Morais analisa como médicos preocupavam-se em compilar informações tanto sobre as doenças que invadiram a bacia do Rio da Prata, como sobre os fatores socioambientais que determinavam seu aparecimento e traços característicos, tendo como meta estratégica a produção de cartas nosográficas que servissem como bússolas médicas aos estados europeus expansionistas, entre 1868 a 1870.


Clima, categoria fundamental nos dois referidos artigos, serve aos médicos colombianos na conceituação das febres que, em meados do século 19, foram epidêmicas no vale do Rio Magdalena, cujos habitantes se dedicavam à produção de tabaco e anil. Cláudia Mónica García usa este referencial teórico no enquadramento social de uma doença que desempenhou papel importante na consolidação da medicina em seu país. Outro artigo interage com os descritos antes: Victoria E. Orrego e Jorge M. Valderrama analisam as dificuldades epistemológicas que marcaram, na Colômbia, a passagem da teoria dos miasmas à dos vetores, examinando controvérsias relativas ao impaludismo na arena científica à época em que se instituíram as medicinas pasteuriana e tropical.


O acesso online e gratuito aos textos completos de toda a coleção da revista na versão eletrônica faz parte de um movimento amplo e saudável de democratização do conhecimento científico. Desde que passou a integrar a biblioteca virtual de periódicos científicos SciELO são muito maiores seu alcance e visibilidade e, nas edições em papel, ainda ocorrem as principais inovações gráficas. Certos indicadores verificados na elaboração do artigo sobre a trajetória da revista trazem otimismo, outros exigem reflexão mais cuidadosa sobre os rumos a seguir. Veja como fazer a assinatura anual de História, Ciências, Saúde – Manguinhos aqui.

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