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13/07/2005

Resposta imunológica inata: na linha de frente contra o HIV

Adriana Melo e Fernanda Marques






A resposta imunológica conhecida como inata é a linha de frente na defesa do organismo, inclusive quando se trata da infecção pelo HIV. Em fórum na 3ª Conferência da Sociedade Internacional de Aids sobre Patogênese e Tratamento do HIV, Alan Landay, do Rush Medical College, e Marcus Altfeld, da Harvard Medical School, ambos nos Estados Unidos, falaram sobre dois tipos de células que compõem essa resposta inata: dendríticas e natural killer (NK).












André Az/Fiocruz


Marcus Altfeld
 

As NK constituem a primeira resposta a uma doença viral. Elas eliminam células infectadas e secretam citocinas para dar início ou modificar uma resposta imunológica adaptativa. Seu número e sua atividade aumentam no início da infecção pelo HIV, mas, quando a doença se torna crônica, essas células ativas e funcionais são perdidas. Logo no começo da epidemia de Aids nos Estados Unidos, Landay investigou um terço da população infectada naquele país e descobriu que a atividade das NK estava deprimida nesses pacientes. Segundo Altfeld, indivíduos com infecção não-progressiva pelo HIV-1 têm níveis estáveis de NK. Ele constatou em suas pesquisas que essas células são capazes de inibir a replicação do HIV in vitro.


Entre as células dendríticas estão as PDC (plasmacytoid dendritic cells). Elas são encontradas no tecido linfóide e há poucas delas no sangue. Quando expostas a agentes patógenos, elas secretam interferon. De acordo com Landay, as PDC impedem que as células T infectadas pelo HIV produzam partículas virais. Suas pesquisas sugerem que existe uma relação entre o número de PDC e o estado clínico do paciente. "Os sobreviventes à doença apresentam uma quantidade maior dessas células", disse. Contudo, embora a terapia anti-retroviral seja capaz de aumentar os níveis de células T, o tratamento nunca restitui o número normal de PDC.


Landay também estudou a ação in vitro da molécula sintética CpG, que mimetiza o DNA de uma bactéria e estimula receptores de células imunológicas. Ele verificou que essa molécula ativava as PDC e, portanto, poderia ser útil no desenvolvimento de uma vacina terapêutica.





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