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27/02/2009

Revista 'Cadernos de Saúde Pública' completa 25 anos de publicação ininterrupta

Informe Ensp


Periódico da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz, a revista Cadernos de Saúde Pública completa, em março de 2009, 25 anos de publicação. Criada para ser um meio de divulgação do extinto Programa de Educação Continuada da Ensp, a revista cresceu, passou por inúmeras modificações e alcançou grandes feitos, sendo hoje conhecida, respeitada e indexada nacional e internacionalmente em grandes bases científicas. Em entrevista, Carlos Coimbra Jr., editor da revista desde 1992, relembra fatos importantes dessa história.


 Coimbra Jr.: desde 1992, ele está à frente da revista <STRONG>Cadernos de Saúde Pública</STRONG>, que completa 25 anos agora em março (Foto: Virginia Damas/Ensp) 

Coimbra Jr.: desde 1992, ele está à frente da revista Cadernos de Saúde Pública, que completa 25 anos agora em março (Foto: Virginia Damas/Ensp) 

 


Quais as principais mudanças que ocorreram desde a primeira publicação da revista CSP, em março de 1985, até hoje?

Carlos Coimbra Jr.:
Aconteceram inúmeras mudanças em diferentes áreas. O layout passou por diversas alterações, o formato mudou de livro para revista, o papel e o tipo de impressão foram alterados. A periodicidade também foi modificada. Em 2001, deixamos de ser trimestrais e passamos a ser bimestrais. Pouco tempo depois, em 2006, passamos a ser uma publicação mensal. Houve uma recomposição no conselho editorial da revista CSP e a revista passou a ser trabalhada com vistas a conseguir sua indexação em bases nacionais e internacionais relevantes para a nossa área. Para isso, fizemos uma série de mudanças estruturais estratégicas, inclusive nas seções. Tínhamos de atender às exigências mínimas para indexação. No volume 10, em 1994, atingimos o Medline e, depois disso, fomos paulatinamente conseguindo outras indexações, algumas gerais e outras em bases específicas. Outro fato muito importante é que, em 1999, fomos indexados na base SciELO. A partir de então, nosso acervo passou a ser digitalizado e a ficar disponível de forma gratuita na base. Conseguimos também digitalizar o acervo retroativo. Assim, temos todos os nossos números desde 1985 disponíveis para downloads, tanto os números regulares como os suplementos.


Como funciona o fluxo de publicação do CSP?

Carlos Coimbra Jr.: Essa é a grande novidade. Em janeiro deste ano, estabelecemos um novo fluxo de recebimento de artigos. Antes, recebíamos artigos tanto pelo correio como por e-mail. Agora, só recebemos artigos por meio da nossa página eletrônica, que também foi toda reformulada e será inaugurada durante as comemorações dos 25 anos. O autor precisa entrar no endereço da revista CSP, fazer um cadastro e, a partir disso, ele preenche os campos e envia todas as informações necessárias para o nosso sistema. A página está limpa e fácil. Foi construída de acordo com as nossas necessidades e as demandas dos autores. Assim, estabelecemos a autogestão do envio dos textos. Isso diminui o nosso trabalho e também a margem de erro. Com o cadastro, o autor também pode acompanhar o status do seu texto, em que etapa está a sua avaliação e qual é o resultado da aceitação.


E como funciona para os especialistas que avaliam os artigos submetidos à publicação?

Carlos Coimbra Jr.:
O parecerista também usa esse mesmo sistema para gerenciar os artigos que está analisando. Por lá, ele lê os artigos e emite suas avaliações. É muito interessante e prático. Além disso, a nossa média de publicação é de cinco a sete meses após a aceitação. O padrão internacional são seis meses e esta é a nossa meta. Ainda encontramos dificuldades nos artigos que precisam ser traduzidos, pois o mercado brasileiro não oferece boa quantidade de profissionais de tradução específicos para a área de saúde. Se a revista está hoje indexada em bases internacionais, é muito importante que os autores também publiquem em inglês, porque, assim, os outros interessados no tema poderão ler. Isso dá visibilidade ao tema, ao autor e à instituição.


Qual o volume de artigos recebidos?

Carlos Coimbra Jr.:
Ao todo, recebemos cerca de 1.200 novos artigos por ano e publicamos quase 20% desse total. Cada número da revista sai com uma média de 25 artigos. Por conta do grande volume de artigos recebidos, temos que fazer uma boa seleção. Além de selecionar os temas de maior interesse, temos mais opções e, com isso, aumentamos a qualidade da publicação. Em um ano, são quase 250 artigos publicados. Sem contar as publicações temáticas, mas estas são um bônus para os assinantes. O nosso compromisso com o leitor são as 12 edições anuais da revista CSP.


Quais as regiões que mais enviam artigos?

Carlos Coimbra Jr.: Como sempre, os artigos são prioritariamente do Brasil, com uma forte presença dos países latino-americanos, com destaque para Venezuela, Argentina, Chile, Cuba e México. A América Latina, como todos sabem, é uma região muito desigual. Não podemos esperar um artigo vindo de Honduras, pois é sabido que não existem bases científicas lá para esse fim. Isso ocorre devido à desigualdade da distribuição do conhecimento nessas regiões. O interessante é que, cada vez mais, temos recebido artigos do Canadá e dos Estados Unidos. Essa nova tendência é resultado da produção científica do nosso país. Os pesquisadores estão olhando com muito interesse para a inserção da ciência latino-americana na área da saúde e, especificamente, na saúde pública. Com isso, começam a ver a revista CSP como um espaço relevante para a disseminação do conhecimento de suas regiões. O primeiro número temático de 2009 é sobre enfoques ecossistêmicos do controle de doenças transmitidas por vetores da dengue e da doença de Chagas. A publicação, em inglês e espanhol, será financiada por uma importante agência de pesquisa canadense e terá grande quantidade de artigos oriundos de países da América Latina.


Como você analisa os 25 anos da publicação?

Carlos Coimbra Jr.: O fato de uma revista científica completar 25 anos é raro acontecer em nosso país. Se compararmos esse quarto de século a países como Inglaterra e Estados Unidos, isso não representa nada. Eles têm publicações importantíssimas que são centenárias. Mas, no caso do Brasil, 25 anos ininterruptos de trabalho, sem qualquer falha na produção e na publicação, é um feito que merece atenção. Os leitores podem conferir na base SciELO e constatar que realmente foram pouquíssimas revistas que conseguiram passar dessa marca, por uma série de razões.



A que se deve esse sucesso da revista CSP?

Carlos Coimbra Jr.:
Isso revela claramente uma política bastante coerente e continuada que temos aqui dentro da Fiocruz e, em particular, da Ensp, no que diz respeito ao apoio a esse tipo de iniciativa. Na Fundação, também temos outras revistas muito importantes, como os periódicos Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e História, Ciências Saúde - Manguinhos. A revista Memórias se tornou a única revista científica brasileira centenária. Esse incentivo e atenção fazem parte de uma política editorial da Fundação, é uma conquista e mostra o sucesso de uma política acertada. Toda a Fundação vem colhendo bons frutos.


Para visitar a página da revista Cadernos de Saúde Pública, clique aqui.


Para acessar a base SciELO, clique aqui.


 


Publicado em 27/02/2009.

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