A nova edição da Revista Poli, de março e abril de 2018, já está disponível. A matéria de capa desta edição discute o tema da vigilância em saúde no Brasil na esteira dos debates da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, que aconteceu entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março em Brasília. O objetivo da conferência foi formular uma política nacional para a área, no sentido de superar a histórica fragmentação entre as diferentes áreas de atuação da vigilância em saúde — sanitária, epidemiológica, ambiental e saúde do trabalhador. Na reportagem, participantes da conferência e entrevistados da Poli discutem maneiras de integrar as diversas ações que compõem a vigilância, segundo os princípios e diretrizes que norteiam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Na segunda matéria do especial da Poli sobre os 30 anos do SUS, a revista traz reportagem sobre o quadro de saúde brasileiro e a forma como se organizava a saúde no Brasil antes da criação do SUS. A reportagem retoma o período da ditadura empresarial-militar e conta como os 21 anos do regime acirraram contrastes e desigualdades na sociedade brasileira e, especificamente, no setor saúde.
A entrevistada desta edição é a professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Márcia Valéria Morosini, que faz uma análise do Programa de Formação Técnica para Agentes de Saúde (Profags), lançado pelo governo federal em janeiro deste ano. O programa vai destinar mais de R$ 1 bilhão para que instituições públicas e privadas ofereçam curso técnico em enfermagem a agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE). Márcia Valéria destaca como a medida pode favorecer interesses privados ao produzir uma flexibilização da cobertura da Atenção Básica, que há mais de duas décadas tem sido a principal responsável pela ampliação do acesso à saúde. E explica, também, os motivos da defesa, como política, do incentivo e financiamento do curso técnico em agente comunitário de saúde para os trabalhadores que já desempenham essa função.
A 1ª Conferência Nacional Popular de Educação (Conape), que acontece no final de maio, em Belo Horizonte (MG), é o tema de outra matéria. A reportagem fala sobre o racha no Fórum Nacional de Educação (FNE) que levou movimentos sociais, sindicatos e entidades da sociedade civil da educação a saírem do fórum para formar um espaço alternativo de debates sobre as políticas de educação e decidirem convocar uma conferência própria para pautar o tema. A expectativa dos organizadores é de reunir cerca de seis mil pessoas, vindas de 25 estados e do Distrito Federal. Seu objetivo é mobilizar organizações e movimentos da área em torno das metas e diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014, bem como denunciar as medidas que têm inviabilizado o seu cumprimento.
Por fim, a edição publicada em março, mês em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, trata também da persistente desigualdade de gênero na sociedade brasileira. Segundo relatório publicado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial que comparou 144 países em 2017, o Brasil está na 90º posição no ranking de equidade de gênero – e muito disso se deve à baixa representatividade que as mulheres têm na política e da discrepância nos salários de homens e mulheres.
A Revista Poli é editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e aborda principalmente temas relacionados aos campos da educação, saúde e trabalho.