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05/05/2016

Revista Poli questiona: quem vai pagar o pato da crise política?

Cátia Guimarães (EPSJV/Fiocruz)


Quando você estiver lendo esta reportagem, provavelmente a presidente Dilma Rousseff, reeleita com 54 milhões de votos cerca de um ano e meio atrás, estará afastada, pelo menos provisoriamente, da cadeira de chefe de Estado. Como a conjuntura tem mudado rápido, tudo pode ter acontecido mas, no momento em que este texto é escrito, o mais provável é que, no seu lugar, esteja sentado o peemedebista Michel Temer, um vice-presidente que aceitou com gosto – e ativismo – o desafio de conduzir os rumos do país nos próximos anos. A cartada decisiva de um jogo de ameaças, negociações e chantagens que já durava meses aconteceu num domingo, 17 abril de 2016, quando mais de dois terços da Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade do processo de impeachment da presidente.

Não foi em nome de Deus. Tampouco foi pelos filhos, netos, esposas e maridos, como anunciou no microfone a maioria dos parlamentares que votaram ‘sim’. Segundo analistas ouvidos pela Revista Poli, o que se esconde por trás da movimentação do impeachment é, principalmente, uma urgente pauta econômica elaborada, encomendada e assinada pelo grande empresariado organizado em torno de entidades de classe, tendo à frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O recado, dizem, é claro: é preciso ter no Executivo alguém capaz de garantir que o “pato” da crise econômica seja “pago” pelos trabalhadores. “Daí a ideia de substituir esse governo por um Michel Temer ‘puro sangue’, ou seja, um governo PMDB/PSDB completamente alinhado com essa agenda que eu chamaria de política de espoliação social”, explica Ruy Braga, sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP).

Essa “agenda” ainda está sofrendo ajustes para se adequar às necessidades específicas de todos os setores do grande empresariado. Mas, no que tem de estrutural e urgente, ela está explicada e detalhada no documento chamado Uma ponte para o futuro, programa antecipado de governo do PMDB. 

Continue a leitura da matéria de capa da Revista Poli aqui. Leia também outras reportagens da edição de maio/junho. 

Na Fiocruz

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