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31/01/2008

Revista 'Trabalho, Educação e Saúde' discute os dez anos da LDB

Luis Gustavo Coutinho


O terceiro número do quinto volume da revista Trabalho, Educação e Saúde, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fiocruz, já está disponível na íntegra no sítio da publicação. Nesta edição, a revista discute os dez anos da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que a partir de 1997 implantou a reforma do ensino médio e alterou, por extensão, o ensino técnico no Brasil. Sem a pretensão de esgotar todo o processo histórico, Trabalho, Educação e Saúde discute nesse número, tanto a gênese quanto as repercussões atuais da LDB.



No ensaio Da escola única à educação fragmentada: o Congresso Nacional na reforma do ensino técnico, de Jailson Alves dos Santos, relembra a derrota histórica da concepção de escola única, que inspirou o projeto original da LDB, e sua substituição pela de educação fragmentada.


Na seção Debate, o texto intitulado Reforma da educação profissional ou ajuste ao regime de acumulação flexível?, de Acacia Kuenzer, examina as políticas e a oferta de educação profissional, destacando os arranjos flexíveis de competências, a crescente privatização sustentada pela legislação, e a fragmentação e precarização dos percursos formativos. A partir deste texto, Celso Ferretti, Gaudêncio Frigotto, Iracy Picanço e Marise Ramos contrapõem e desdobram outras questões, como as contradições entre uma real falta de trabalhadores qualificados e o êxodo dos qualificados para o mercado internacional; o movimento social concreto como espaço de enfrentamentos e cooptações, para além da formalização legal da implantação de programas; a continuidade da reforma no Governo Lula, no que tange ao ensino médio e à educação profissional de nível técnico; e os limites atuais para traçar um projeto de nação soberana vinculado à democratização da ciência e tecnologia.


Este número publica ainda outros textos que, embora não tenham como foco a análise histórica da reforma educacional mencionada, abordam questões relacionadas à mesma. O artigo de Anita Handfas, intitulado A trajetória do GT Trabalho e Educação da Anped: alguns elementos de análise, reconstitui a história de um dos principais espaços de difusão e produção da teoria marxista da pesquisa educacional, a partir de uma análise do período de redemocratização do país após o golpe militar de 1964 e do contexto político em que ocorreu tal difusão e produção, problematizando, por fim, os limites teóricos dos estudos sobre trabalho e educação. O artigo Currículo e aprendizagens: o perfil das escolas técnicas do Sistema Único de Saúde em São Paulo, de Paulo Henrique Monteiro, analisa a aprendizagem das dimensões conceitual, técnica, ética e política nestas instituições de ensino, a partir dos projetos político-pedagógicos e de material coletado em entrevistas.


Suze Rosa Sant’Anna, no artigo A influência das políticas de educação e saúde nos currículos dos cursos de educação profissional técnica de nível médio em enfermagem, discute o processo de reorganização dos cursos citados nos últimos dez anos, à luz do objetivo de formar trabalhadores capazes de contribuir para redirecionar a realidade de saúde do país. O relato Iniciação à educação politécnica em saúde: uma proposta de formação de técnicos em saúde, de Ana Lucia Pontes e Angélica Fonseca, resgata uma experiência de construção de uma disciplina técnica comum a distintas habilitações profissionais no campo da saúde, desenvolvida na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.


Ainda neste número, a revista publica o artigo de Rosita Saupe, intitulado Construção de descritores para o processo de educação permanente em atenção básica, que busca, a partir de uma metodologia quantitativa, reunir elementos para contribuir para a implementação e consolidação de ambas as políticas. Aida Maris Peres, no artigo Competências gerenciais do enfermeiro nas perspectivas de um curso de graduação de enfermagem e do mercado de trabalho, compara as competências gerenciais dos enfermeiros propugnadas nos projetos político-pedagógicos das instituições de formação com aquelas esperadas pelos gerentes responsáveis pela contratação desses profissionais. O artigo A habilidade de comunicação com o paciente no processo de atenção farmacêutica, de Fabrício Possamai, identifica os fatores que interferem no processo de comunicação entre farmacêutico e paciente, entendendo tal processo como pedagógico e, portanto, central à atenção farmacêutica.


A revista publica ainda uma entrevista com o professor Miguel Márquez e duas resenhas, sobre os livros Da nova LDB ao Fundeb: por uma outra política educacional, por Hajime Nozaki e Jehu Serrado Junior; e A ciência como profissão: médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935), por Márcia Barros da Silva.


Este número e os anteriores de Trabalho, Educação e Saúde podem ser conferidos aqui ou adquiridos por meio de assinatura pessoal ou institucional. Mais informações na Coordenação Editorial da revista, pelo telefone (21) 3865-9850.

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