Agência Fiocruz de Notícias

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, conversou nesta segunda-feira (14/1) com a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) e ratificou o que disse o ministro José Gomes Temporão em cadeia nacional de rádio e televisão no domingo (13/1): o Brasil não corre risco de enfrentar surto de febre amarela. Abaixo, a entrevista com Penna.

AFN: O ministro José Gomes Temporão voltou a afirmar neste domingo, ao ocupar cadeia nacional de rádio e televisão, que não há risco de a população brasileira enfrentar uma epidemia de febre amarela. O senhor concorda?

Gerson Penna: Concordo plenamente com o ministro. A população não precisa temer, pois não há risco de o país enfrentar uma epidemia da doença. O Ministério da Saúde adotou todas as estratégias para evitar a ocorrência de surto. Entre elas está a intensificação da vacinação das pessoas que entrarão em contato com áreas de matas, florestas ou cerrado nas regiões de risco. Desde 1942 não é registrado nenhum caso de febre amarela urbana. A população pode ficar tranqüila.

AFN: A imprensa tem mostrado uma grande procura pela vacina nos postos de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, que não são áreas de risco. Quem deve tomar a vacina?

Penna: Somente as pessoas que vão a turismo ou a trabalho para as áreas endêmicas, principalmente aqueles que entrarão nas matas, precisam se vacinar. A morte de macacos em locais próximos a áreas urbanas não significa que a população está em risco.

AFN: As pessoas que já tomaram o imunizante precisam ser revacinadas?

Penna: Não existe indicação para a revacinação para quem tomou a vacina há menos de dez anos. Ela deve ser aplicada dez dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão da doença. A vacina pode ser aplicada a partir dos 9 meses de idade e é válida por dez anos. O imunizante é contra-indicado a gestantes, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imunológico debilitado) e pessoas alérgicas a gema de ovo.