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25/05/2012

Segundo dia de comemoração dos 112 anos da Fiocruz destaca a saúde no Brasil em 2030

Fernanda Marques, Haendel Gomes e Renata Moehlecke


Como parte das comemorações pelo aniversário de 112 anos da Fiocruz, na manhã desta sexta-feira (25/5), o livro A saúde no Brasil em 2030 – diretrizes para prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro foi oficialmente lançado (disponível em pdf aqui), em cerimônia que contou com a presença do diretor de estudos e políticas sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jorge Abrahão, do consultor do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidados em Saúde e Segurança do Paciente (Proqualis), José Noronha, e do presidente da Fundação, Paulo Gadelha. A obra é fruto de um projeto conduzido pela Fiocruz mediante acordo de cooperação com a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, participação do Ipea e convênio com o Ministério da Saúde. A publicação contou com o apoio editorial da Editora Fiocruz. Também nesta sexta-feira houve homenagem aos 30 anos do projeto Radis (Reunião, Análise e Difusão de Informação sobre Saúde), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), os lançamentos do novo Portal da Fundação e do inventário do Arquivo de Carlos Chagas Filho, uma corrida para os funcionários e apresentações do Coral Fiocruz e da cantora Mart'nália.


 Da esquerda para a direta, Noronha, Gadelha e Abrahão apresentam o livro <EM>A Saúde no Brasil em 2030</EM>.

Da esquerda para a direta, Noronha, Gadelha e Abrahão apresentam o livro A Saúde no Brasil em 2030.





A obra A saúde no Brasil em 2030 está dividida em seis partes: Desenvolvimento, Estado e Políticas de Saúde; População e Perfil Sanitário; Organização e Gestão do Sistema de Saúde; Força de Trabalho em Saúde; Estrutura do Financiamento e do Gasto Setorial; e Desenvolvimento Produtivo e Complexo da Saúde. Inicialmente, os autores descrevem os assuntos no contexto da história recente e do panorama atual. Em seguida, as tendências de cada área são analisadas em perspectiva de futuro, assumindo três cenários prospectivos: um pessimista e plausível, segundo o qual o Brasil terá grandes dificuldades para enfrentar a crise financeira desta segunda década do século 21; um otimista e possível, em que, atravessada da crise, o país retomará padrões sustentados de crescimento econômico; e, por fim, um cenário intermediário entre os outros dois, chamado de inercial e provável.



“Não se trata de um trabalho de ‘futurologia’: fizemos um esforço de prospecção estratégica, visando um planejamento de longo prazo do Brasil e a reflexão sobre os rumos do desenvolvimento, de modo a identificar e reverter algumas tendências deletérias em busca de um país mais justo e inclusivo”, destacou Noronha, que também é pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). O livro na verdade é um sumário executivo dos resultados do projeto. A coleção completa dos textos – “trabalhos autorais de grande mérito na área acadêmica”, conforme definiu Gadelha – serão publicados, em breve, em papel e meio eletrônico.


Os estudiosos também pretendem capilarizar esses esforços envolvendo universidades e institutos de pesquisa, de modo a desenhar cenários ainda mais específicos para a saúde no país. Os recursos para a próxima fase do projeto já estão garantidos, conforme anúncio de Márcia Amaral, secretária-executiva do Ministério da Saúde, que mesmo impossibilitada de comparecer ao evento, fez questão de enviar o comunicado.


A continuidade do trabalho é fundamental, de acordo com o presidente da Fiocruz. “Não tem sentido pensar a prospecção como momento estático; é um momento de ação política: a partir de refinada análise de evidências, orienta-se uma atuação voltada para um cenário desejável e possível, capaz de materializar os nossos princípios do SUS”. Ainda segundo Gadelha, “a obra é um trabalho de instrumentalização política, que possibilita à Fiocruz constituir-se, de fato e de forma mais direcionada, como uma instituição estratégica para o estado brasileiro, com reconhecimento explicito para encabeçar uma rede permanente de prospectiva estratégica”.


Na verdade, a importância dessa análise prospectiva casa com as mais recentes deliberações do Congresso Interno, espaço privilegiado onde têm sido debatidos a visão e o planejamento de mais longo prazo da Fundação. “A obra, fruto de uma produção coletiva, representa um grande aprendizado e um produto que vai ajudar muito o país, de modo que a Fiocruz, o Ipea e outras instituições possam continuar trabalhando na perspectiva de construir cenários desejáveis e lutar para que eles aconteçam”, concluiu Jorge Abrahão.



Prestação de serviço aos cidadãos é o foco do novo Portal Fiocruz


Em comemoração aos 112 anos, a Fiocruz estreou um novo portal nesta sexta-feira. Aprofundar sua vocação de prestar serviço à população é o principal objetivo do espaço virtual, que apresenta estrutura horizontal e menor profundidade de navegação, para permitir a todos os seus visitantes a localização rápida do conteúdo desejado. O projeto foi concebido a partir da análise das solicitações feitas pelo público, por meio do canal de relacionamento com o cidadão (Fale Conosco), e procura atender aos princípios de usabilidade, acessibilidade, interatividade e não-linearidade da internet.


A arquitetura de informação do novo portal tem cinco grandes áreas temáticas, que garantem maior visibilidade aos projetos e produtos institucionais. Todas as áreas foram planejadas para permitir ao visitante a escolha de diferentes caminhos de navegação: por meio do menu hierárquico, por tarefa, pelos destaques editoriais (que dão acesso direto a níveis mais profundos de navegação), pelo índice alfabético de categorias e através da busca por filtros.


Na seção Acesso à informação, o portal destaca informações de interesse coletivo sobre a instituição, conforme determina a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527, de 18/11/2011), regulamentada em 16 de maio de 2012 pelo Decreto nº 7.724. O projeto foi construído em plataforma gratuita de publicação, totalmente acessível a pessoas com deficiência, sendo desenvolvido pelas equipes de comunicação e desenvolvimento do Centro Tecnológico e Informação e Comunicação em Saúde do Instituto de Informação e Comunicação em Saúde (Icict/Fiocruz), de forma cooperativa com a presidência e unidades da Fundação. Para acessar o novo portal, clique em www.fiocruz.br.


Casa de Oswaldo Cruz lança inventário sobre Carlos Chagas Filho



Como parte das comemorações pelos 112 anos da Fiocruz, a Casa de Oswaldo Cruz (COC) também lançou nesta sexta-feira, no campus de Manguinhos, o Inventário do Fundo Carlos Chagas Filho. Trata-se da relação detalhada do rico patrimônio arquivístico acumulado e gerado pelo médico, cientista e acadêmico brasileiro, fundador do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que atuou ainda na Organização das Nações Unidas, Unesco e na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. Nesta última onde permaneceu durante 16 anos, Chagas Filho presidiu a comissão da Igreja Católica responsável pela reabilitação de Galileu Galilei, o que aconteceu em 1992 no pontificado de João Paulo II. Carlos Chagas Filho nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 1910, um ano após o pai ter descoberto a doença de Chagas, considerado um dos mais importantes feitos da ciência biomédica brasileira.



O inventário está dividido em cinco grupos, abrangendo a vida pessoal, formação e administração da carreira, docência e pesquisa, gestão de instituições de ciência e tecnologia em saúde e relações interinstitucionais e intergrupos. Com mais de 39 metros de documentos textuais, reúne cartas, memorandos, ofícios, telegramas, bilhetes, convites, cartões-postais, discursos, conferências, diplomas, certificados, declarações, currículos, projetos de pesquisa, comunicações, artigos científicos, programas de eventos, notas para a imprensa, protocolos de pesquisa, atas de reunião, entrevistas, relatórios de atividades, jornais e outros documentos. Além disso, o acervo iconográfico com 1.177 itens é formado por fotografias, diapositivos (imagem positiva em vidro ou película para observação por transparência) e negativos de vidro.



O fundo foi organizado a partir da década de 1990, quando o cientista doou à COC documentos que pertenciam a seu pai, seu irmão (Evandro Chagas) e a ele próprio. Na década seguinte, após sua morte, a viúva, Anna Leopoldina de Mello Franco Chagas, deu continuidade àquela iniciativa, fornecendo a maior parte dos documentos pessoais do pesquisador. Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) – instituição criada em 1980 e que leva o seu nome –, a Casa de Oswaldo Cruz começou a organizar o Fundo Carlos Chagas Filho, que foi concluído em 2010, ano do centenário de nascimento do cientista.



O cientista também se destacou no desenvolvimento da ciência no país. Apoiou a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq) em 1951, atuou na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ocupando sua vice-presidência de 1973 a 1975, e ingressou na Academia Brasileira de Ciências em 1941. Carlos Chagas Filho também empreendeu esforços para aproximar a ciência ao público não-especializado, desenvolvendo atividades com o médico, educador e antropólogo Edgard Roquette-Pinto no Instituto Nacional de Cinema Educativo. Foi autor da biografia Meu pai, dedicada a Carlos Chagas, e da autobiografia Aprendiz de ciência, obras lançadas nas décadas de 1990 e 2000, respectivamente.


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Publicado em 25/5/2012.

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