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16/04/2007

Semana de Vocação Científica reúne trabalhos de pesquisa de alunos do Ensino Médio

Cátia Guimarães


Sessenta e quatro alunos e cerca de 60 pesquisadores avaliadores participaram da 12ª edição da Semana de Vocação Científica da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fiocruz, entre 9 e 12 de abril. No evento, os estudantes apresentaram os trabalhos de pesquisa que desenvolvem pelo Programa de Vocação Científica (Provoc) da EPSJV. O Provoc pretende fazer com que alunos de escolas públicas e privadas desenvolvam projetos de pesquisa, levando em conta os processos didático-pedagógicos utilizados na iniciação científica e os conteúdos técnico-científicos da formação geral.


 Alunos do Provoc apresentam suas pesquisas em painéis (Foto: Acervo EPSJV)

Alunos do Provoc apresentam suas pesquisas em painéis (Foto: Acervo EPSJV)


A Semana foi voltada para os alunos da etapa Avançado. Aqueles que já concluíram o programa em 2007 apresentaram seus trabalhos finais a uma banca examinadora composta por pesquisadores das diversas áreas que o Provoc engloba. Já os que ingressaram em 2006 expuseram o andamento de suas pesquisas numa sessão de painéis que movimentou o pátio da Escola.


Segundo o avaliador Arnaldo Maldonado Jr., pesquisador do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, a exposição dos trabalhos em painéis é uma forma de valorizar a pesquisa realizada pelos alunos da Educação Básica. “O Provoc é um programa ímpar, pois os estudantes adquirem maturidade científica em seus estágios, desmistificando o processo de pesquisa. Aos poucos, eles ganham responsabilidade e aprendem a apresentar os dados de seus estudos a partir de uma metodologia científica. Isso vai abrir portas futuras para eles, no trabalho e na vida acadêmica”.


Para Eliane da Silva, de 17 anos, poder entrar em contato com a pesquisa ainda no Ensino Médio é o grande diferencial do programa: “Eu já queria ser bióloga, mas ao fazer estágio no Laboratório de Epidemiologia de Doenças de Chagas tive a certeza de que quero trabalhar na área da biologia. Acho que todos deveriam ter contato com o ambiente de pesquisa antes de iniciar a faculdade”, disse. O painel de Eliane foi Identificação de larvas coletadas em miíases de animais domésticos e humanos provenientes de clínicas veterinárias e hospitais do Estado do Rio de Janeiro.


Quando se identificam com o trabalho feito em seus estágios pelo Provoc, muitos alunos acabam dando continuidade aos estudos naquela área quando vão para a universidade. Esse foi o caso de Diego da Silva, que apresentou como trabalho de conclusão de curso um Estudo comparativo da atividade farmacológica de três espécies popularmente conhecidas como boldo. Depois de freqüentar durante dois anos e meio o Laboratório de Imonofarmacologia, ele hoje cursa o primeiro período da faculdade de farmácia.


O orientador de Diego, Válber Frutuoso, que também é ex-coordenador do programa, vê o processo de orientação científica como um facilitador da formação de pesquisadores. “Se o aluno, desde a formação básica, souber atuar num ambiente de pesquisa, ele conduzirá mais facilmente o trabalho com o qual vai se deparar no futuro. Esse trabalho do Diego, posteriormente, resultará em um artigo científico”.

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