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13/11/2007

Seminário apresenta resultados de oito novas vacinas


Pesquisa e inovação na área de vacinas não são atividades restritas às nações mais ricas. Países em desenvolvimento também se destacam no setor, o que poderá ser comprovado nesta terça-feira (13/11), durante evento no Rio de Janeiro. Trata-se da 8ª reunião anual da Rede de Produtores de Vacinas dos Países em Desenvolvimento (DCVMN, na sigla em inglês), promovida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos) da Fiocruz e pela Fundação Butantan.


 Produção de vacina contra o sarampo no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz

Produção de vacina contra o sarampo no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz


Dengue, gripe aviária, amarelão, pneumococo e papiloma vírus humano (HPV) estão no alvo de laboratórios brasileiros que participarão do encontro da DCVMN. Algumas dessas vacinas já começaram a ser produzidas em escala piloto e os ensaios clínicos, para comprovar a segurança e a eficácia desses produtos em seres humanos, são planejados para o ano que vem. Vacinas que, ao mesmo tempo, conferem imunidade contra várias doenças são outra estratégia dos laboratórios nacionais.


Especialistas estrangeiros também apresentarão suas novidades. O diretor do Centro de Antígenos Sintéticos da Universidade de Havana, Vicente Vérez-Bencomo, divulgará um trabalho que levou ao desenvolvimento de uma vacina sintética contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib), bactéria que pode causar meningite e outras doenças infecciosas. Os testes clínicos do produto foram conclusivos: quase 100% das crianças desenvolveram anticorpos contra a bactéria de forma satisfatória. Primeira do gênero no mundo, a vacina sintética contra Hib representa uma série de vantagens, como produção mais simples, maior pureza e menor custo.


Já o gerente-geral da empresa chinesa de biotecnologia Xiamen YST Biotech, Steven Gao, falará sobre os ensaios clínicos de uma vacina inédita contra a hepatite E, doença que já foi responsável por epidemias no centro e sudeste da Ásia, no norte e oeste da África e na América Central. Os resultados até agora mostram que a vacina é imunogênica e tem, pelo menos, 83% de eficácia contra a infecção pelo vírus da hepatite E. A companhia chinesa, a mais avançada do mundo no desenvolvimento de uma vacina contra essa doença, já deu início à fase 3 da pesquisa clínica, na qual cerca de 100 mil indivíduos já receberam a primeira de três doses do imunizante.


Por fim, o diretor do Instituto Serum da Índia e presidente da DCVMN, Suresh Jadhav, fará palestra sobre uma vacina conjugada contra meningite A desenvolvida em sua instituição. Diferentemente da vacina de polissacarídeo hoje disponível, a indiana, além de ser mais imunogênica, pode oferecer outras vantagens, como uso confiável em crianças com idade inferior a um ano, indução de imunidade na massa populacional e preço relativamente baixo. Após passar com sucesso pelas duas primeiras etapas da pesquisa clínica, a nova vacina contra meningite A também se encontra na fase 3, sendo testada em mais de 1.300 indivíduos na Índia e na África.


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