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28/11/2007

Seminário internacional sobre violência e saúde reúne especialistas das Américas

Renata Moehlecke


Reunir informações sobre as relações entre violência e saúde na América Latina, divulgar reflexões e ações de promoção da vida, de comportamentos e ambientes seguros e saudáveis, assim como elaborar uma proposta de planos de atuação que visem combater a violência, que constitui um grave problema de saúde pública em diversos países latino-americanos. Esses são os principais objetivos do seminário internacional Perspectivas de enfrentamento dos impactos da violência sobre a saúde pública. Em foco: América Latina. O evento terá sede no Rio de Janeiro entre os dias 27 e 29 de novembro e é uma iniciativa do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves), ligado à Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/ Fiocruz), em comemoração aos seus 18 anos de existência.


Para o encontro, o Centro também convidou especialistas de instituições estrangeiras de pesquisa e trabalho parceiras, em especial, de países da América Latina, como Argentina, Colômbia, Venezuela e Honduras. A intenção é apresentar estudos, expor trabalhos e dados sobre a situação sócio-epidemiológica da região, e também projetos na área de saúde que visam auxiliar o combate à violência nessas nações. O Claves ainda trará representantes da organização MédicosSem Fronteiras, que auxilia no atendimento aos profissionais da saúde que atuam em zonas de guerra ou genocídios.


Os organizadores explicam que o tema violência é um problema sócio-histórico e não uma questão de saúde pública em si. No entanto, eles alertam que esse fenômeno afeta diretamente a saúde, na medida em que provoca mortes, lesões, traumas físicos, mentais, emocionais e espirituais, diminui a qualidade de vida dos indivíduos e grupos sociais, exige uma reorganização dos serviços tradicionais de saúde, acarreta em diversos problemas para o atendimento médico preventivo ou curativo, dentre outras conseqüências para o setor.


Diversos estudos e discussões sobre saúde e violência serão temas do seminário: a situação dos profissionais de saúde frente à violência, os impactos desta sobre crianças, adolescentes, idosos, homens, mulheres e deficientes, o papel da mídia em sua prevenção e a importância da avaliação do serviço de atendimento às vítimas etc. Mas a proposta do seminário não é operar somente no campo das idéias. Ao final do terceiro dia de exposição e debates, uma carta propositiva com ações para a promoção da vida e o enfrentamento da violência será redigida por uma comissão de especialistas participantes do evento. O objetivo é entregá-la aos ministérios da Saúde dos países envolvidos, propondo mudanças a partir de uma reflexão sobre a relação dos sistemas de saúde com a violência nesses locais.


O evento será realizado no Centro de Convenções do Hotel Glória e foi aberto nesta terça-feira (27/11). O início dos debates está programado para as 9 horas e as palestras e discussões durarão até o final da tarde. As inscrições são limitadas a pessoas e instituições que receberam uma carta convite juntamente com uma senha específica. Em casos de não recebimento da senha, mas de interesse de participar do seminário, esta pode ser solicitada por e-mail (claves@metodoeventosrio.com.br), informando o nome e instituição em que trabalha. Na quarta-feira (28/11), às 10h30 também haverá uma entrevista coletiva com alguns pesquisadores e organizadores do evento.


O Claves tem como principal propósito trabalhar a violência como um fenômeno complexo e multidisciplinar e, por isso, também colabora com o Instituto Fernandes Figueira (IFF) e com o Centro de Informações Científicas e Tecnológicas (CICT), ambos da própria Fiocruz. Além disso, o Centro mantém vários projetos vinculados aos ministérios da Saúde, da Justiça, à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), à Unicef, Unesco e diversas ongs, com a finalidade de estudar os impactos da violência na saúde pública brasileira e estrangeira.


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