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26/05/2008

Seminário termina com balanço positivo para o Complexo Industrial da Saúde

Fernanda Marques


Apresentação de diferentes instrumentos para promover a inovação; setores público e privado dispostos a conversar sobre um trabalho cooperativo; hospitais entendidos como parte importante da cadeia produtiva da saúde: estas foram algumas das principais contribuições do Seminário sobre o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, encerrado nesta quarta-feira (21/5). O evento também foi marcado pelo anúncio de duas portarias que visam fortalecer o Complexo e pela declaração do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, de que “não faltarão recursos para os bons projetos na área da saúde”.


“O seminário demonstrou que é possível articular indústria, inovação e eqüidade”, disse o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Carlos Gadelha. Ele adiantou que será preparado um documento sintético a partir do que foi discutido no evento e das ações já em andamento. O objetivo é subsidiar a Política Industrial para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde e suas articulações com a Política Nacional de Saúde. “Os debates continuam. Uma das demandas é aprofundar a discussão sobre o poder de compra do Estado”, afirmou Gadelha.


O último dia do seminário também foi marcado pela apresentação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (UFC), já em construção. Ele vai oferecer assistência tecnológica e em inovação para a indústria farmacêutica, atuando em toda a cadeia produtiva. “Pesquisa, desenvolvimento e inovação em medicamentos requerem conhecimento multidisciplinar, o que envolve pesquisa básica e aplica, da química à clínica”, destacou o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, Odorico de Moraes, cuja equipe tem experiência na prestação de serviços para indústrias.


Contudo, na análise do gerente executivo da Coinfar, William Marandola, falta no país uma cultura de prestação deste tipo de serviço, o que atrapalha a cooperação de instituições científicas e tecnologias com empresas. “Também há muitas dificuldades burocráticas para a assinatura dos contratos de colaboração”, ressaltou Marandola em sua palestra. A Coinfar é uma joint venture entre as empresas Aché, Biolab Sanus e União Química dedicada à descoberta e ao desenvolvimento de novos compostos de alto potencial terapêutico derivados da biodiversidade brasileira.


Entre os palestrantes do terceiro e último dia do seminário também estavam o diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), Eduardo Costa, e o professor Pedro Barbosa, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), duas unidades da Fiocruz. O primeiro enfatizou a importância do estímulo à produção local dos princípios ativos dos medicamentos. O segundo discorreu sobre o papel dinâmico que os serviços de saúde têm dentro do Complexo Industrial da Saúde, sublinhando que eles não são apenas os clientes que incorporam as novas tecnologias. Os serviços também contribuem ativamente para a inovação, o que inclui, por exemplo, procedimentos médicos e práticas administrativas. “A inovação não deve ser vista somente a partir da indústria”, resumiu.


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