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26/08/2010

Seminário aborda as relações da saúde pública com a imprensa e mira no caso da influenza A (H1N1)


O início do seminário temático As relações da saúde pública com a imprensa – o caso da influenza A (H1N1), promovido pela Fiocruz Brasília, foi marcado pela polêmica acerca do assunto. Os convidados da mesa de abertura elogiaram a iniciativa da Fundação na realização do evento, fizeram críticas e deram sugestões em relação à cobertura da imprensa. A oficina Por dentro da redação – como é feita a cobertura de uma epidemia em um jornal, ministrada pelos editores da TV Record e do jornal Correio Braziliense, permitiu aos participantes conhecer melhor a rotina das redações.


 Maria do Carmo Leal: a imprensa dá voz à população para cobrar que o serviço público funcione melhor

Maria do Carmo Leal: a imprensa dá voz à população para cobrar que o serviço público funcione melhor


O chefe da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde do DF, Marcos Capitani, criticou a postura de jornais produzem somente reportagens negativas sobre as instituições de saúde pública. “A imprensa tem papel fundamental na formação de opinião. Todo mundo sabe os problemas na área de saúde, mas é preciso mostrar as coisas boas que acontecem, mas ninguém tem conhecimento”, afirmou. “Sem o auxílio da imprensa, nenhuma política pública terá visibilidade nas ações”, acrescentou a assessora de comunicação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Valéria Padrão. “Este debate contribui para a evolução da democracia brasileira. Estamos felizes em poder contribuir para este momento”, disse o diretor da Fiocruz Brasília, Carlos Matos. “Colaborar com os debates no campo da saúde pública é uma estratégia que a Fundação entende ser de fundamental importância”, complementou.


A vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal, exemplificou problemas na relação entre a imprensa e o setor da saúde. “O jornalista pensa que o serviço público esconde informações e o pensamento do pesquisador é que às vezes o jornalista deturpa o que ele diz. É preciso refletir sobre estas questões e compreender melhor o Sistema Único de Saúde, porque, quando ele funciona, ninguém fala bem”. A vice-presidente falou ainda sobre a importância do papel da imprensa. “É ela que dá voz à população para cobrar que o serviço público funcione melhor. Estas reflexões devem ser usadas para melhorar a forma da imprensa e da saúde se relacionarem melhor em uma próxima vez”.


Por dentro da redação – como é feita a cobertura de uma epidemia em um jornal


O editor-chefe do DF Record, Márcio Motta, e o editor do caderno Brasil do Correio Braziliense, Leonardo Cavalcanti apresentaram para o público a experiência na cobertura da H1N1. “Ficamos assustados com tudo que estava acontecendo”, afirmou Motta logo no início de sua apresentação. O editor falou ainda sobre a dificuldade em obter dados por parte do Ministério da Saúde e das secretarias, e mostrou algumas reportagens veiculadas ao na época. “As informações muitas vezes eram desencontradas e faltavam dados”, complementou.


Cavalcanti criticou o pensamento deturpado em relação ao jornalista e falou sobre sua atuação dentro do jornal. “O objetivo não é vender mais com uma manchete, e sim, todos os dias pensar em fazer a melhor reportagem possível para a população”, desabafou. E acrescentou: “Sempre vamos mostrar os trabalhos dos órgãos de saúde, mas trabalhamos em prol do leitor e para o leitor”. Segundo o editor, o Correio Braziliense se preocupou em publicar reportagens que prestassem serviço a população e mostrar histórias positivas, de pessoas que sobreviveram à doença. “Publicamos dados, número de mortos e veiculamos matérias de serviço. Mas nos preocupamos em fazer reportagens positivas, desmistificando a doença e sempre mostrando os dois lados da história”.


O seminário As relações da saúde pública com a imprensa – o caso da Influenza A (H1N1) está sendo transmitido ao vivo pela internet, por meio de parceria com o Ministério da Saúde. O acesso é feito aqui. Além de assistir ao debate, o internauta poderá enviar perguntas via internet, que são respondidas ao vivo pelos palestrantes. O debate reúne instituições como o Ministério da Saúde (MS), a Universidade de Brasília (UnB), a Secretaria de Saúde do DF e os principais veículos de comunicação do DF. Confira a programação completa aqui.


Publicado em 25/8/2010.

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