Início do conteúdo

16/03/2016

Seminário em Manaus intensifica debate sobre zika

Fiocruz Amazonas


Realizada na cidade de Manaus (9/3), a quarta edição do seminário itinerante Zika, Chikungunya e Dengue: Desafio para o Controle e Atenção à Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ampliou o debate em torno do mosquito transmissor das três doenças, a partir da reunião de especialistas que estão trabalhando na temática desde o início dos primeiros casos das enfermidades no Brasil. O evento foi promovido em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde no Amazonas (FVS-AM) e teve apoio das Secretarias de Saúde de Manaus (Semsa) e do Estado (Susam). 

Quarta edição de seminário itinerante debate zika, dengue e chikungunya em Manaus (foto: Fiocruz Amazonas)

 

De acordo com o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel Fernandes, as ações de enfrentamento as três doenças apresentadas no seminário mostram que é o Brasil quem vai dar a resposta para um combate mais intenso a estas e suas consequências. Os últimos dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil já registra 5.909 casos em investigação de microcefalia em bebês associadas ao vírus da zika, sendo que 641 casos já foram confirmados.

Para o coordenador do escritório técnico da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio da Cunha, esse cenário é crítico. Ele observou que, no caso do vírus HIV, em 32 anos foram notificados 30 mil casos de transmissão vertical (quando o recém-nascido adquire o vírus da mãe), enquanto que, em apenas um ano e meio, o vírus da zika já apresentou registros de 15 mil casos de microcefalia possivelmente associados.

Durante o seminário, o diretor da Fiocruz Amazonas, Sérgio Luz, anunciou que a empresa Sumitomo Chemical – que fabrica o larvicida Pyriproxyfen aplicado no combate ao mosquito Aedes aegypti – acenou com a possibilidade de fabricar o produto na forma triturada. O larvicida é o mesmo aplicado no projeto das armadilhas ao mosquito e um dos escolhidos pelo Ministério da Saúde para potencializar o combate ao vetor. “Ainda está na fase de negociação a viabilidade da fabricação”, informou.

Sérgio Luz adiantou também que as diretrizes para inserção do projeto de armadilhas no Programa Nacional de Controle da Dengue ainda serão elaboradas, para que a metodologia possa ser aplicada nos demais municípios brasileiros

O seminário Zika, Chikungunya e Dengue: Desafio para o Controle e Atenção à Saúde contou também com a presença da diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, do pesquisador da unidade, José Bento Pereira Lima, da médica pediatra da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM), Lúcia Alves da Rocha; e do diretor-presidente da FVS-AM, Bernardino Albuquerque.

Para o diretor da Fiocruz Amazonas, o seminário sobre a tríplice doença atingiu seu objetivo e conseguiu reunir, num mesmo espaço, especialistas do tema para debater o problema. O evento atraiu mais de 300 participantes e foi transmitido ao vivo aos municípios de Borba, Envira, Humaitá e São Paulo de Olivença por meio do canal Telessaúde da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (ESA/UEA).

Voltar ao topo Voltar