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01/08/2007

Serviço de Farmácia tem diferencial na notificação de reação adversa voluntária

Isis Breves


O Serviço de Farmácia Clínica do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), uma unidade da Fiocruz, apresenta um diferencial no atendimento farmacêutico do tratamento de doenças infecciosas. “Desenvolvemos a monitoração e a avaliação de eventos adversos a medicamentos nos pacientes assistidos no Instituto por meio do sistema de notificação espontânea de casos. A diferença da notificação feita no Ipec é que os próprios usuários são orientados a informar qualquer tipo de suspeita de reação medicamentosa. A Fiocruz disponibilizou duas telefonistas para que o paciente, além da recepção no local, tenha a opção de entrar em contato por telefone”, explica o chefe do Serviço de Farmácia, o farmacêutico José Liporage.


 A gerente de Risco Sanitário Hospitalar do Instituto Evandro Chagas, Lusiele Guaraldo, dá orientações sobre assistência farmacêutica (Foto: Isis Breves)

A gerente de Risco Sanitário Hospitalar do Instituto Evandro Chagas, Lusiele Guaraldo, dá orientações sobre assistência farmacêutica (Foto: Isis Breves)


A notificação voluntária é um ato universalmente adotado pela farmacovigilância e consiste na comunicação de suspeitas de reações indesejadas manifestadas após o uso dos medicamentos. Este procedimento é incentivado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Ipec o principal agente notificador é o próprio paciente. Ele faz a notificação, que posteriormente é avaliada pelo setor de farmacovigilância. “Além disso, as notificações voluntárias dos pacientes tratados no Instituto estão sendo estudadas no projeto de pesquisa Monitorização e avaliação de eventos adversos a medicamentos nos pacientes assistidos no Ipec através do Sistema de Notificação Espontânea de Casos, aprovado pelo Comitê de Ética do Instituto”, acrescenta a gerente de Risco Sanitário Hospitalar e responsável pela farmacovigilância do Ipec, a farmacêutica Lusiele Guaraldo.


Segundo Liporage, muitas vezes por causa da reação dos medicamentos o paciente abandona o tratamento. “No Ipec damos assistência a pacientes com Aids, tuberculose, leishmaniose, HTLV e toxoplasmose, entre outras doenças infecciosas as quais o acompanhamento das suspeitas de reação adversa a medicamentos é um grande instrumento no tratamento do paciente. Com o serviço de assistência farmacêutica multiprofissional são dadas todas as orientações necessárias para o usuário ou seu familiar. Assim, atuamos na adesão ao tratamento. Quando o paciente interrompe o tratamento, pode comprometer a sua saúde e também a de outros”, esclarece Liporage. O modelo de notificação voluntária pelo paciente será levado para alguns países da África. “Vamos permitir que toda essa rotina seja feita em outros países”, informa Liporage.


“O Ipec é colaborador da rede de hospitais Sentinela, que é um projeto criado pelo setor de Vigilância em Serviços Sentinela, integrante da área de Vigilância em Eventos Adversos e Queixas Técnicas da Anvisa, em parceria com os serviços de saúde brasileiros (hospitais, hemocentros e serviços de apoio diagnóstico e terapêutica), Associação Médica Brasileira (AMB) e órgãos de vigilância sanitária estaduais e municipais. O objetivo é construir uma rede de serviços em todo o país preparada para notificar eventos adversos e queixas técnicas de produtos de saúde. Essa rede vai estimular a vigilância de produtos após comercialização”, completa a farmacêutica Lusiele.


Além da notificação voluntária para atuar na assistência farmacêutica, a farmácia do Ipec dispõe de um modelo de sistema de distribuição de medicamentos onde o paciente recebe os medicamentos separados pela hora da administração. “A distribuição é feita diariamente, porque assim monitoramos a medicação. Tudo isso, num ambiente climatizado, com água gelada, televisão e todo conforto possível para que o paciente realmente possa aderir ao tratamento. O usuário é chamado pelo nome que deseja, o que faz parte de uma política do Instituto de Humanização do Atendimento, incentivada pela Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde”, conclui Liporage.

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