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04/07/2012

Serviços e ações da atenção básica serão avaliados pela Fiocruz Pernambuco

Fabíola Tavares


Mais de 1,4 mil equipes de saúde da família de Pernambuco e Alagoas serão avaliadas pela Fiocruz Pernambuco, dentro do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Promovido pelo Ministério da Saúde (MS), o PMAQ tem o objetivo de induzir a expansão do número de pessoas que acessam os serviços da atenção básica (AB), assim como melhorar a qualidade do atendimento prestado por eles. A avaliação externa é uma das quatro fases. As demais são adesão e contratualização, autoavaliação e acompanhamento e recontratualização. Em Pernambuco, do total de 185 municípios, 132 aderiram ao programa. Em Alagoas foram 67 das 102 cidades. Cada uma delas receberá um incentivo financeiro de até R$ 11 mil mensais, por equipe de saúde, dependendo dos indicadores de saúde e dos padrões de qualidade atingidos como, por exemplo, gestantes com o pré-natal em dia e organização do processo de trabalho, respectivamente.






A avaliação das equipes está sendo realizada por 34 entrevistadores em Pernambuco e por 12 em Alagoas. A ação teve início em maio e deverá ser concluída em agosto. Para participar desse processo eles passaram por uma seleção com duas etapas. A primeira foi ter atendido as exigências da chamada pública para a seleção, como ter disponibilidade em tempo integral para viajar e ter boa capacidade de comunicação, e a segunda foi o desempenho na Oficina de Formação Inicial de Entrevistadores. No trabalho em campo estão sendo usados tablets para a aplicação dos questionários com profissionais de saúde (médico ou enfermeiro) e com os usuários. Entre esses, são entrevistadas quatro pessoas que recebem atendimento nas áreas de saúde da mulher, saúde materno-infantil ou de doenças crônicas.



No caso dos usuários são abordadas questões como condições de infraestrutura, acolhimento, humanização e atendimento profissional. Já entre os funcionários as perguntas referem-se às dificuldades vividas no dia a dia, ofertas de atendimento, referência de fluxo dos pacientes e atenção às urgências, entre outros assuntos. Ao final de cada entrevista as informações coletadas são enviadas eletronicamente para o banco de dados da Universidade Federal de Pelotas, que coordena a pesquisa em todo o país.



Os pesquisadores também estão se deslocando para as cidades que não aderiram ao PMAQ. Lá eles entrevistam os responsáveis por cada unidade de saúde ligada à atenção básica sobre o funcionamento do serviço. Os dados coletados irão compor o censo da atenção básica. “Para percorrer todos os municípios pernambucanos dentro do prazo de três meses, articulamos o apoio das secretarias e das regionais estaduais de saúde para montar e testar uma estratégia logística de distribuição dos entrevistadores pelo estado. Essa aproximação também nos permitiu saber quais os apoios e as dificuldades que vamos ter em cada município”, explicou o coordenador local da avaliação externa, Sidney Farias, que é pesquisador do Departamento de Saúde Coletiva (Nesc) da Fiocruz Pernambuco. 



Após a conclusão das entrevistas, seis profissionais da área de saúde pública – dois da Fiocruz, dois da Universidade Federal de Pernambuco e mais dois do Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira – farão a análise das informações para elaboração de um documento final sobre a situação da atenção básica nos dois estados nordestino. Esse texto será incorporado ao relatório geral elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz, que tem outras unidades de pesquisa participando da avaliação. São elas: a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Aroucha (Ensp/Fiocruz), que ficou responsável pelos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Tocantins, e a Fiocruz Amazonas, que ficou encarregada do estado homônimo.


Saiba mais



A atenção básica é o setor do Sistema Único de Saúde (SUS) que engloba um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, responsável por promover ações e serviços de promoção de saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação. Deve funcionar como porta principal de entrada para o SUS, de onde os pacientes seguem encaminhados para tratamentos de média e alta complexidade, em ambulatórios especializados e hospitais.


Publicado em 2/7/2012.

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