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01/09/2010

Simpósio lança documento com observações sobre a erradicação da varíola

Fernanda Marques


Terminou nesta sexta-feira (27/8), na Fiocruz, o simpósio Erradicação da varíola após 30 anos: lições, legados e inovações, que reuniu cerca de 300 participantes de 34 países. Na cerimônia de encerramento, que contou com a presença da diretora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Mirta Roses, e do ministro brasileiro da Saúde, José Gomes Temporão, foi lido um documento produzido por cientistas, trabalhadores da saúde, historiadores e demais profissionais reunidos durante os quatro dias do simpósio. A declaração destaca os benefícios alcançados a partir da erradicação da varíola. “O programa de erradicação da varíola inspirou uma geração de profissionais de saúde pública e muitos outros grandes programas”, leu o co-coordenador do simpósio Joel G. Breman, do Fogarty International Center do National Institutes of Health. Esses programas incluem a vacinação, a vigilância epidemiológica e aqueles que fizeram importantes progressos no sentido da erradicação global da pólio e do verme da Guiné e da eliminação do sarampo e da rubéola nas Américas. O documento sublinha, ainda, a importância da cooperação e da solidariedade internacionais. Por fim, chama a atenção para questões ligadas à biossegurança, reafirmando que a posse e a utilização do vírus da varíola sem autorização da Organização Mundial de Saúde (OMS) é, sem dúvida, crime contra a Humanidade.


 

 A diretora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Mirta Roses, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha (Foto: Peter Ilicciev)

A diretora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Mirta Roses, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha (Foto: Peter Ilicciev)


“O programa de erradicação da varíola deve permanecer na nossa consciência coletiva como o exemplo dourado de trabalho colaborativo”, disse Mirta Roses. E esse exemplo deve ser usado para o enfrentamento de outras doenças. “As futuras gerações nos julgarão pela forma como tratamos hoje nossas crianças”, afirmou o vice-presidente do Instituto de Vacinas Sabin, Ciro de Quadros, também coordenador do simpósio. E, segundo Temporão, o Brasil tem feito a sua parte para a proteção das crianças – na última campanha nacional de vacinação contra a pólio, mais de 10 milhões de crianças receberam as gotinhas. Além disso, nos últimos cinco anos, o ministério firmou acordos de transferência de tecnologia para produzir e incorporar ao calendário de vacinação três vacinas de ponta – rotavírus, pneumocócica conjugada e menigocócica conjugada. O ministro lembrou, contudo, que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) não é voltado apenas às crianças, fazendo referência ao sucesso das campanhas de vacinação contra a rubéola e, mais recentemente, contra a influenza A (H1N1).


O sucesso do PNI, assim como o êxito do simpósio, fez lembrar Oswaldo Cruz. “Certamente ele ficaria orgulhoso com todos os sucessos e projeções apresentados durante o evento”, mencionou o presidente da Fiocruz e co-coordenador do simpósio, Paulo Gadelha. A cerimônia de encerramento foi marcada, ainda, pela entrega de medalhas de mérito científico aos autores de três dos 25 pôsteres expostos durante o simpósio. Foram premiados dois trabalhos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um do Fogarty International Center.


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Publicado em 27/8/2010.

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