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04/05/2016

Simpósio debate testes de diagnóstico e vacinas contra zika

Gabriella Ponte (Bio-Manguinhos/Fiocruz)


O desenvolvimento de testes de diagnóstico e vacina, e descobertas com relação ao vírus zika foram temas centrais no segundo dia do 3° Simpósio Internacional de Imunobiológicos. Participaram da mesa a pesquisadora clínica do Instituto Evandro Chagas (IEC) Consuelo de Oliveira, a pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) Patrícia Brasil, o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Ricardo Lourenço, e o diretor do IOC/Fiocruz Wilson Savino. O vice-diretor de desenvolvimento tecnológico de Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) foi o coordenador da mesa.

Descobertas com relação ao vírus zika foram temas centrais no segundo dia do 3° Simpósio Internacional de Imunobiológicos (foto: Tatiane Magre / Bio-Manguinhos)

 

Marcos Freire comentou que o aparecimento do vírus zika foi uma surpresa na área médica. "Bio-Manguinhos e outras unidades da Fiocruz estão com várias iniciativas em andamento inclusive o desenvolvimento de uma vacina eficaz e segura contra a doença. Também estamos com um teste de diagnóstico molelucar próximo de ser lançado, esperando apenas o registro da Anvisa. Temos ainda um teste sorológico em desenvolvimento e que, em breve, estará disponível", anunciou o vice-diretor.

Wilson Savino contou como tem sido o dia a dia dos pesquisadores do IOC. "Estamos estudando vários tecidos humanos e começamos a fazer, recentemente, em tecidos do sistema nervoso e na placenta. Começamos hoje uma análise da associação da zika com a Síndrome de Guillain-Barré. É preciso, ainda, identificar os receptores do vírus", revelou.

Ricardo Lourenço explicou melhor sobre o início da epidemia no Brasil e nas Américas. "Na época, começamos a pesquisar os infectados. Coletamos mosquitos nas residências de pessoas infectadas, foram 1500 mosquitos em 3 pools com Aedes aegypti", comentou, completando que, em março, foi encontrado um pool com Aedes albopictus.

Consuelo de Oliveira mostrou como foi enfrentada, desde o início, a doença e como foi muito desafiador, especialmente no Nordeste. "No Instituto Evandro Chagas, identidicamos o vírus zika em todos os tecidos com ênfase no sistema nervoso central, fígado, baço e rins. Estamos trabalhando também na identificação do vírus em alguns tecidos do sistema renal. A quantificação da carga viral contida na urina como espécime clínico na tentativa de isolamento do vírus tem corroborado com nossos achados nos estudos patológicos", destacou. Ela completou dizendo que a mulher tem mais chances de adquirir a doença no momento da embriogenese (nos primeiros 4 meses), considerado o período mais crítico. "Agora, os casos de microcefalia derivados de zika são designados síndrome da zika congênita".

Patricia Brasil foi a responsável pelo primeiro artigo que apontou a relação entre zika e microcefalia. "No final de 2014, aumentou muito o número de pacientes com suspeita da doença porém assintomáticos. Na época, as pessoas estavam sendo diagnosticados como dengue por falta de uma melhor definição. Mas, rapidamente, o laboratorio viu que não era dengue e sim outra doença".

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