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25/06/2007

Simulado de gripe pandêmica obtém resultados satisfatórios


Em cumprimento ao Plano Brasileiro de Preparação para a Pandemia de Influenza, e de acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS) promoveu na quinta-feira (21/06), em Salvador, um simulado nacional para verificar a prontidão do país na reação a uma ocorrência de influenza pandêmica. Os resultados indicam que Salvador, um dos muitos pontos de entrada de turistas no país, está preparada para a imediata identificação de um eventual caso humano de influenza pandêmica, caso ele ultrapasse nossas fronteiras por aquela rota. A Fiocruz participou do simulado.


 O Laboratório de Sarampo e Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz atua como Centro de Referência Nacional do Ministério da Saúde para Influenza (Foto: Peter Ilicciev)

O Laboratório de Sarampo e Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz atua como Centro de Referência Nacional do Ministério da Saúde para Influenza (Foto: Peter Ilicciev)


Vale ressaltar, no entanto, que, embora o simulado tenha apresentado resultados extremamente positivos, ainda há diversos outros pontos em todo o país que têm que ser monitorados. "Pela diversidade geográfica brasileira, pela complexidade de respostas rápidas e pela possibilidade de a influenza chegar por meio de um animal, há a necessidade de um simulado mais complexo, envolvendo mais setores federais e que nos possibilite continuar a preparação", diz Ricardo Pio Marins, coordenador-geral de Doenças Transmissíveis da SVS.


Este foi o segundo simulado realizado pela SVS. O primeiro ocorreu em 2006, para testar os sistemas de informações entre os diferentes órgãos do Governo Federal, tais como salas de emergência do Ministério da Saúde, Ministério da Defesa, Casa Civil, Segurança Institucional e Ministério da Agricultura e Pecuária, entre outros. Nesta segunda versão a idéia foi dar mais consistência à situação. O simulado analisou todas as instituições da área de saúde e de portos e aeroportos, com o objetivo de verif icar a capacidade de detecção e prontidão numa suspeita de caso humano de gripe pandêmica. Foram monitoradas as condutas frente ao atendimento médico do caso ainda no Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, a transferência de um possível doente, a integração destes serviços com a vigilância sanitária de portos e aeroportos.

 

Também foi analisada a integração desses serviços com o hospital de referência para tal agravo, os serviços de vigilância epidemiológica de estado e do município e a rede de laboratórios de referência para processamento de amostra, além de verificar se todos os procedimentos técnicos necessários para conduzir um caso como este, que poderia ser de alta infectividade, seriam adotados.


Para tanto, o Ministério da Saúde contratou um ator, que viajou pela manhã de Brasília a Salvador acompanhado de técnicos da SVS. Ao chegar a Salvador, por volta das 12h30, o ator seguiu um roteiro pré-estabelecido e simulou um quadro clínico típico de doença respiratória aguda. Representando um turista regressando da China, o ator informou que manteve contato com aves em uma área endêmica da doença, já que ele era um comerciante de rações avícolas. Diante da simulação, funcionários da segurança do aeroporto fizeram sua identificação do turista, inicialmente em área restrita. Posteriormente, por causa da gravidade da situação, o suposto viajante foi transferido para o serviço médico do aeroporto, como preconizado pelas normas de vigilância.


Após ter recebido a informação da procedência do caso e de sua exposição a áreas de produção avícola, o serviço médico do aeroporto acionou o posto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esta informou ao paciente que, de acordo com o quadro clínico apresentado e com os planos de contingência nacional e local, ele precisaria ser transportado para o centro de referência para influenza, o Hospital Otávio Mangabeira. Como esperado, enquanto ocorreu o transporte pelo Samu, os serviços de vigilância epidemiológica estadual e municipal, o laboratório de referência e, especialmente, o hospital foram avisados e o fluxo de informações se deu de maneira adequada.


No Otávio Mangabeira, os procedimentos de isolamento da emergência foram devidamente realizados: o paciente foi atendido em área isolada e os profissionais de saúde estavam paramentados com o adequado EPI. Amostras clínicas foram colhidas e enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública, que contatou o laboratório de referência nacional do Rio de Janeiro - o Laboratório de Sarampo e Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz, que atua como Centro de Referência Nacional do MS para Influenza - e toda a estrutura do hospital foi montada para o suporte de vida avançado, caso o paciente precisasse.


A Anvisa rastreou os vôos em que o paciente esteve e levantou a informação dos outros passageiros com as empresas aéreas, para fazer as transferências de amostras biológicas para a Fiocruz, caso necessário. A Assistência Farmacêutica da Bahia entrou em contato com a Diretoria de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde imediatamente após ter recebido a informação do caso suspeito. Foi solicitado com urgência o medicamento antiviral Oseltamivir, droga utilizada no tratamento de influenza pelo vírus H5N1 (gripe pandêmica). O Centro de Informação Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da SVS foi acionado em duas horas e, por sua vez, notificou todas as estruturas de decisão do Ministério da Saúde, e também informou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).


A avaliação da equipe técnica do MS coloca o simulado como um grande sucesso e ressalta que as expectativas foram atendidas frente ao que vem sendo planejado na área de saúde (equipe médica do aeroporto e vigilâncias sanitária, epidemiológica, hospitalar e laboratorial) para o enfrentamento de uma possível pandemia.


Fonte: Ministério da Saúde

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