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13/04/2007

Telefone para deficientes auditivos é instalado na Fiocruz

Paula Ribeiro


A Fiocruz conta hoje com 147 trabalhadores deficientes auditivos. Eles atuam na Fundação vinculados ao projeto Inserção da Pessoa Surda no Mercado de Trabalho, via Terceirização de Serviços, que existe há mais de dez anos e tem como premissa básica a acessibilidade aos meios de comunicação e a inclusão social da pessoa surda no trabalho. O projeto, uma parceria da Fiocruz com a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), vai trazer uma novidade para o campus de Manguinhos: um telefone público especial para surdos. O aparelho, que custa R$ 2 mil, foi doado à Fiocruz pela empresa de telefonia Oi. A idéia de instalar o telefone na Fundação foi do coordenador da parceria com a Feneis, Jorge da Hora.


 O mensageiro Daniel Lima, deficiente auditivo, aprende a usar o aparelho (Foto: Ana Limp)

O mensageiro Daniel Lima, deficiente auditivo, aprende a usar o aparelho (Foto: Ana Limp)


Segundo Jorge, o telefone especial para surdos, também conhecido como dispositivo TTD (em inglês Telecommunications Device For The Deaf), tem teclado e visor que permitem enviar e receber mensagens. A utilização do terminal TDD é exclusiva para pessoas surdas. O aparelho é um orelhão comum que tem uma base de teletexto. O surdo retira o fone do orelhão e coloca-o na base do aparelho teletexto. Liga para o número 142 da Oi e é atendido por uma operadora treinada, que funciona como um serviço de intermediação surdo-ouvinte. Ela vai responder em texto com uma mensagem de saudação e pedir para o surdo se identificar. Se for a primeira vez que ele usa o TDD, será cadastrado na base de dados da Oi.


Uma vez cadastrado, ele poderá ligar para qualquer telefone fixo ou celular. A pessoa digitará  a mensagem, a intermediadora fará a leitura, ligará para o número desejado e transmitirá o recado para a pessoa de contato do surdo. A intermediadora receberá a resposta e digitará o retorno em texto que será visualizado pelo surdo no visor do TDD. “Tudo isso de graça”, comemora Jorge.


O primeiro aparelho será inaugurado nos próximos dias na biblioteca do Instituto de Informação Científica e Tecnológica (Icict) da Fiocruz. O segundo deverá ficar na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp). O aparelho permite ligações de graça para qualquer número de telefone local que esteja disponível em um orelhão com TDD.


De acordo com Jorge, “os esforços agora se concentram em conseguir que a empresa ceda o segundo aparelho solicitado, já que a Lei da Acessibilidade (decreto nº. 5.296/94) obriga as concessionárias a assegurarem pelo menos 2% do total de TUPs (telefones de uso público) com capacidade para originar e receber chamadas de longa distância, nacional e internacional, adaptados para o uso de pessoas portadoras de deficiência auditiva e para usuários de cadeiras de rodas. E, até onde sabemos, o Rio de Janeiro ainda não atingiu sua cota”.

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