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23/03/2007

Temporão diz que dará prioridade à saúde pública no Rio de Janeiro

Wellton Máximo


O novo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que tomou posse nesta segunda-feira (19/03), afirmou que a melhoria do sistema público de saúde do Rio de Janeiro será uma das prioridades de sua gestão. Ele acrescentou que nas próximas semanas pretende se reunir com o governador Sérgio Cabral e com o prefeito da capital, Cesar Maia, para discutir as condições dos hospitais no estado. “Pretendemos restabelecer um pacto entre os gestores federal, estaduais e dos municípios”, afirmou Temporão, ao ressaltar que a saúde no estado requer urgência para ser resolvida: “A gente precisa dedicar mais empenho à superação das questões do atendimento à saúde no Rio de Janeiro”.


 José Gomes Temporão ao tomar posse no Ministério da Saúde (Foto: Marcello Casal Jr / ABr)

José Gomes Temporão ao tomar posse no Ministério da Saúde (Foto: Marcello Casal Jr / ABr)


Temporão destacou que o estado tem a maior rede pública de saúde do país, com nove hospitais federais e a Fiocruz. "Não existe motivo concreto que explique o fato de a qualidade do atendimento no Rio ser tão ruim”, acrescentou.


No discurso de posse, o ministro fez menção ao caso da jovem Joana Gomes de Almeida, 17 anos, que morreu no final de janeiro no Hospital federal do Andaraí, na capital fluminense. Grávida de nove meses, a adolescente havia percorrido quatro hospitais por 22 horas e em trabalho de parto, sem receber atendimento em três unidades. “Embora tenha feito seis consultas de pré-natal, ela não sabia onde seu filho nasceria, tampouco quem seria o médico que os assistiria naquele momento”, criticou.


Temporão prometeu fortalecer diversos programas da gestão do ex-ministro Agenor Álvares, como o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que presta socorro em 926 municípios; a Farmácia Popular, que distribui medicamentos a preços de custo em 260 cidades de 25 estados e no Distrito Federal; e o Brasil Sorridente, programa de assistência odontológica do governo federal.


No discurso, o ministro prometeu ainda fortalecer a Política Nacional de Direitos Sexuais e Reprodutivos. Entre as ações que terão reforço, ele destacou o combate ao câncer do colo de útero, que registrou 20 mil novos casos no país somente em 2007, o planejamento familiar e a prevenção e tratamento de mulheres portadoras do HIV, o vírus da Aids. Temporão informou que pretende criar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Homens. E justificou: “Os homens adoecem mais e tem uma expectativa de vida muito menor que as mulheres porque se cuidam menos”.


Segundo o ministro, serão implementadas políticas para incentivar o acompanhamento da mulher após o parto, até o bebê completar um ano. Ele defendeu o projeto de lei da senadora Patrícia Saboya (PSB-CE), que aumenta a licença-maternidade de quatro para seis meses: “Esse é um período fundamental para construir relacionamentos sociais e desenvolver a personalidade”.


Temporão prometeu fazer a articulação entre as diversas esferas do governo federal para melhorar o sistema público de saúde. O ministro disse ainda que fará um trabalho de combate a fraudes por meio de mecanismos de controle que contarão com a participação da sociedade. Segundo Temporão, todas as indicações para os cargos obedecerão critérios técnicos. "A gente vai levar em conta o passado ético e a capacidade dos futuros gestores". O ministro, no entanto, afirmou que essas momeações não necessariamente deixarão de respeitar as indicações partidárias. "Uma coisa não exclui a outra. Nada impede que o PMDB observe esses critérios ao sugerir os nomes".


"A saúde um trabalho de promoção social. O que produz mais saúde é renda, emprego, habitação, saneamento e educação", disse. Segundo ele, a interação com os ministérios de Cidades e Meio Ambiente será um dos objetivos principais de sua gestão. "Atualmente os agentes públicos lidam apenas com as conseqüências, não com os [fatores] determinantes que provocam doenças e a necessiadade de atendimento público", afirmou.


Fonte: Agência Brasil


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