Início do conteúdo

07/08/2006

Uma escola para a saúde

por Adriana Melo

























 

 Uma escola para a saúde

Nísia Trinidade Lima

Cristina M. O. Fonseca e

Paulo Roberto Elian dos Santos

(organizadores)

Editora Fiocruz

268p. R$ 35,00







 

O livro Uma escola para a saúde, recém-lançado pela Editora Fiocruz, integra as comemorações do cinqüentenário da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp). Composto por diferentes perspectivas, o livro reúne artigos escritos por pesquisadores que fazem parte desta história. Dividido em duas partes, o livro tem o objetivo de refletir sobre os 50 anos da escola e tratar dos rumos futuros da instituição. O livro reconstitui a trajetória da escola e narra os fatos que ajudaram a formar sua identidade e a consolidá-la como referência para as políticas públicas de saúde no Brasil. Também trata do papel da Ensp na saúde pública e na formação de profissionais da área.


A primeira escola especializada em saúde pública foi a da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Ela serviu de modelo para instituições semelhantes em escala mundial, inclusive no Brasil, onde a especialização em saúde pública se intensificou a partir dos anos 20. Além dos médicos, enfermeiras, visitadoras sanitárias e guardas sanitários passaram a ser cada vez mais valorizados e novas especialidades surgiram.


Desde a sua fundação, o Instituto Oswaldo Cruz se dedica à formação de recursos humanos qualificados. O curso de aplicação, fundado em 1908, formava profissionais para a pesquisa biomédica e para a saúde pública simultaneamente. O curso, com duração de dois anos em período integral, foi oferecido até 1969.


A Ensp, fundada em 1954, foi a primeira escola federal destinada a formar recursos humanos para trabalhar em saúde pública e é resultado de todas as experiências anteriores de formação de quadros para a saúde, intensificadas a partir dos anos 40. A fundação da escola não foi um fato isolado, mas parte de uma nova política em relação à saúde pública que também incluiu a separação dos ministérios da saúde e da educação, em 1953, e a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais, em 1956.


A partir de sua fundação, a Ensp passou a desempenhar um importante papel no cenário político brasileiro, ao contribuir para o desenvolvimento de sistemas públicos de saúde, enquanto se consolidava institucionalmente. No início, a escola contava com a colaboração de profissionais de diversas instituições de ensino e pesquisa. As aulas eram ministradas em diferentes lugares; os alunos se deslocavam até onde estavam os professores.


Essa situação mudou em 1966, quando foi inaugurado o novo prédio da escola, fruto de um acordo entre o Ministério da Saúde e o governo do estado. Junto com as novas instalações, nasceram oito departamentos (Ciências Sociais, Ciências Biológicas, Estatística, Epidemiologia, Saneamento, Administração em Saúde e Metodologia do Planejamento), além do Colégio Técnico. Três principais áreas nortearam as ações realizadas pela escola: ensino, pesquisa e a relação com a comunidade.


A partir da década de 1960, o Brasil passou por diversas transformações na área social: a crescente urbanização, as mudanças institucionais, o governo militar e a redemocratização causaram reflexos sobre a abordagem da saúde pública e sobre a história da Ensp. Somente a partir da década de 90 houve a implementação de um sistema de saúde nos moldes propostos pela Constituição.


Uma escola para a saúde traz uma série de depoimentos plenos de nostalgia, escritos por pessoas que se orgulham de terem feito parte da história da escola. São depoimentos que exprimem saudades, mas que também avaliam criticamente a trajetória da Ensp e refletem sobre seu futuro. Fotos que documentam o processo de evolução da escola e retratam seus personagens completam a narrativa.

Voltar ao topo Voltar